Letras
cantadas em criolo, francês, inglês, espanhol e português provaram, mais uma
vez, o trabalho diversificado do Sambou
Era pouco mais
das 21h quando Vox Sambou subiu ao palco do “Na Rua – Arte na Comunidade”, que
aconteceu no Âncora, em Rio das Ostras. Imediatamente o público se aproximou e
participou, com muito envolvimento e animação, das quase duas horas
de show do haitiano, que mostrou sua diversidade musical de forma performática,
fechando a noite do evento no sábado, 31 de agosto.
O “Na Rua
– Arte na Comunidade” é um evento da Fundação Rio das Ostras de Cultura
que, em sua primeira edição, contou com a parceria do Coletivo Paratados.
Durante dois dias, sábado, 31, e domingo, 1º de setembro, o projeto levou
apresentações artísticas para o Âncora, valorizando os talentos locais e
promovendo a cultura de paz.
SHOW – Entre
os ritmos apresentados por Vox Sambou estavam o hip hop com afrobeat,
grooves latinos e batidas de reggae e, claro, os elementos peculiares da música
haitiana. Letras cantadas em criolo, francês, inglês, espanhol e português
provaram, mais uma vez, o trabalho diversificado do Sambou, que repetiu o
sucesso do show apresentado na última edição do Rio das Ostras Jazz & Blues
Festival.
No palco, Voz
Sambou interagia a todo o momento com sua banda, formada por haitianos,
brasileiros e um canadense que tocavam teclado, guitarra, contrabaixo, bateria
e saxofone. As banking vocals, que ora alternavam com a voz principal, eram um
destaque à parte.
Conversando com
o público em português, o cantor não economizou mensagens de paz e
solidariedade. A Amazônia, o respeito a diversidade e combate ao preconceito
estavam entre os destaques das palavras do músico.
“Amo o Brasil.
Amei voltar aqui. Vamos juntos cantar, dançar e se divertir para que nossa
união tire do nosso meio todo e qualquer tipo de preconceito. Não ao racismo!
Obrigado Rio das Ostras por nos trazer de volta”, disse o cantor.
Convidada
pelo Vox Sambou, a cantora riostrense Micha Devellard representou a música
local cantando “Opinião”, do compositor Zé Keti. “Essa canção diz muito do que
eu acredito como artista. Quando ele me chamou ali meio de improviso, eu fiquei
muito emocionada. Eu não sabia que era este samba. Não acreditei quando soube”,
relatou.
PROJETO – Para
a presidente da Fundação de Cultura, Cristiane Régis, a arte dentro da
comunidade é fundamental para formar plateia. “É a oportunidade de ver os
artistas daquela região se apresentarem, além de levar novas possibilidades
artísticas para nossas localidades, com músicas que fogem do dia a dia da
população. Dessa forma a gente contribui na formação de público, tanto para o
nosso festival de Jazz & Blues quanto para a programação de nosso Teatro
Popular. Este evento tem a forte proposta de promover a cultura de paz na
Cidade”, explicou.
Eliane Passos,
moradora do Âncora há 11 anos, disse nunca ter participado de um evento tão
democrático. “Sempre que tem alguma coisa legal, a gente tem que sair de casa e
ir para longe ver as apresentações. Fiquei emocionada de assistir o Vox e os
meninos aqui da comunidade neste evento lindo. A Prefeitura está de parabéns”,
afirmou.
PROGRAMAÇÃO
– Durante o sábado, 31, o público prestigiou a Onda de Sopro Big Band
e o Coral Som da Pessoa, a orquestra de berimbau, rodas de capoeiras e DJs com
MCs do bairro, com o projeto Hip Hop Salva Vidas. No domingo, 1°, pela
manhã, houve as falácias literárias, roda de samba com feijoada, Cia
de Dança da Onda – Centro de Formação Artística de Música, Dança e Teatro, arte
de circo com a Cia O Entrupinado, e uma exibição de filme que deu início ao
projeto “Cinema para Todos”, com “A Batalha do Passinho”.
O palco do
Projeto “Na Rua – Arte na Comunidade” ficou pequeno para os 30 percussionistas
que se apresentaram na tarde deste domingo no Âncora. A plateia cantou e dançou
no ritmo dos tambores e tamborins com canções consagradas de Milton Nascimento
e Tom Jobim.
“O resultado
foi muito bom porque tivemos pouco tempo de ensaio. O que valeu a pena foi ver
o brilho no olhar. A música ajuda na disciplina, no raciocínio lógico, no
trabalho em grupo e na generosidade”, contou o regente e professor Walter
Costa.
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