Alunos de 3 a 5
anos que estudam na Escola Municipal Paulo Pinheiro, em Rio das Ostras, viveram
uma experiência enriquecedora e diferente nesta quinta-feira, 26. Esses
estudantes participaram da Oficina de Pintura com a Boca ministrada por Carlos
Fraga, artista plástico tetraplégico. A atividade integra às ações realizadas
nas unidades de ensino pelo Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência,
comemorado no último sábado, 21 de setembro.
“Realizamos
atividades nessa data há três anos e procuramos trazer alguma pessoa com
deficiência para interagir com os alunos. Temos sempre oficinas e é muito bom
ver o envolvimento deles e de toda a comunidade escolar”, explica a professora
especialista Fernanda Roiffe, que está à frente da sala de recursos multifuncionais
da Educação Inclusiva da Paulo Pinheiro.
Depois de
assistir o artista plástico pintando com a boca, foi a vez das crianças fazerem
as próprias experiências. Com pinceis e tintas, os alunos da Educação Infantil
deram vida às obras coloridas que tiveram pratos de papelão descartáveis como
suporte. Os resultados foram elogiados por Carlos Fraga e agradaram aos
próprios estudantes.
“Gostei de
pintar com a boca. Ficou mais bonito do que quando faço com as mãos”, garantiu
feliz o pequeno Lorenzo Vargas, de 4 anos, que fez questão de mostrar a sua
obra de arte para Carlos, também conhecido como Kazê.
Segundo Natália
Noronha, diretora da Escola Municipal Paulo Pinheiro, as oficinas vivenciais de
Educação Inclusiva ajudam no desenvolvimento dos alunos. “Eles percebem as
dificuldades da pessoa com deficiência e os resultados alcançados são muito
significativos”, acredita a diretora.
PINTURA COM
A BOCA – O artista plástico carioca Carlos Fraga, o Kazê, há 10 anos
faz parte da Associação dos Pintores com a Boca e os Pés (APBP). Depois de
começar a pintar, frequentou aulas da Faculdade de Belas Artes da UFRJ como
ouvinte e busca constantemente se aperfeiçoar na pintura de acrílica sobre
tela.
“Eu mal sabia
desenhar, mas, a convite de um amigo que fazia parte da APBP, arrisquei fazer a
minha primeira tela com a boca, um pôr do sol. Lembro que meu irmão falou que
parecia um ovo frito”, conta bem-humorado, enfatizando que não desistiu apesar
da “crítica” negativa. “Uma amiga que era artista plástica se dispôs a me
ensinar e assim consegui fazer as seis telas que encaminhei para a associação.
Fui aceito e desde então estou me aperfeiçoando”, conta.
Carlos Fraga,
que ficou tetraplégico aos 18 anos depois de um acidente de carro, conquistou
prêmios como artista plástico. Atualmente, tem obras expostas no Clube Naval,
no Museu Histórico do Rio de Janeiro, no Forte de Copacabana e na mostra da
APBP que ocupa a Cidade das Artes.

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