Haitianos continuam a liderar emprego formal entre imigrantes no
Brasil, seguidos por venezuelanos, paraguaios, argentinos e bolivianos, segundo
relatório do Ministério da Justiça.
O ministro da Justiça e
Segurança Pública, Sergio Moro, ao lado da presidente do Conselho Nacional de
Migração, Maria Hilda Marsiaj, durante lançamento do relatório anual de
Imigração e Refúgio — Foto: Isaac
Amorim/MJSP O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, ao lado da
presidente do Conselho Nacional de Migração, Maria Hilda Marsiaj, durante
lançamento do relatório anual de Imigração e Refúgio — Foto: Isaac Amorim/MJSP
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, ao lado da
presidente do Conselho Nacional de Migração, Maria Hilda Marsiaj, durante
lançamento do relatório anual de Imigração e Refúgio — Foto: Isaac Amorim/MJSP
Os venezuelanos são os principais destinatários das mais de 36 mil
carteiras de trabalho emitidas pelo governo brasileiro em 2018 a refugiados e
solicitantes de refúgio, segundo o relatório Anual do Observatório das
Migrações Internacionais apresentado na manhã desta quinta-feira (22), no
Ministério da Justiça e Segurança Pública.
De acordo com o documento, 68,4% das 36.384 carteiras de trabalho
expedidas a pessoas nesta situação em 2018 foram para venezuelanos. Os
haitianos aparecem na sequência (19,1%), seguidos pelos cubanos (4,8%).
"Somente nos primeiros seis meses de 2019, a movimentação de
trabalho de venezuelanos foi superior a todos no ano de 2018, o que sinaliza
que o mercado formal de trabalho vem absorvendo formalmente o contingente e
integrando-os no país", afirmou a secretária nacional de Justiça e
presidente do Conselho Nacional de Migração, Maria Hilda Marsiaj.
Entre os refugiados no mercado de trabalho formal, o relatório
registra que mais de 90% tinham jornadas de trabalho superior a 44 horas
semanais de 2011 a 2017, com média salarial de 1,5 salário mínimo.
Mercado de trabalho
De acordo com os dados, os haitianos continuam a liderar o emprego
formal entre os imigrantes no Brasil. Eles estão no topo do número de admissões
em 2018, com 27.246 contratações, seguido de venezuelanos (7.181), paraguaios
(5.394), argentinos (3.784) e bolivianos (2.776).
No entanto, para o coordenador-geral de Imigração Laboral do
Ministério da Justiça, Luiz Alberto Matos dos Santos, há uma "forte
tendência" de os venezuelanos superarem os haitianos no mercado de
trabalho formal.
"O fluxo migratório foi a partir de 2010 e o dos venezuelanos
vigorosamente a partir de 2014. Então, o mercado de trabalho ainda não
respondeu a essa alteração, mas temos indicativos de que os venezuelanos passam
daqui a algum tempo a assumir essa titularidade", explicou Santos.
Ele ressaltou ainda o nível de escolaridade dos imigrantes. De acordo
com o relatório, quase 50% dos trabalhadores imigrantes que entraram no mercado
formal em 2018 tinham nível médio completo. "É uma população cujo nível
escolar é inclusive superior ao nível nacional", afirmou Santos.
Embora positivo, o saldo de imigrantes no mercado de trabalho formal
brasileiro caiu em 2018 se comparado a 2017. No ano passado, foram admitidos
72.081 imigrantes e demitidos 63.101, saldo de 8.980. O 2017, a diferença ficou
em 9.226.
Segundo o Ministério da Justiça, o número de pedidos de refúgio de
venezuelanos ao Brasil explodiu de 2017 para 2018, passando de 17.685 para
61.681, um crescimento de 245% (veja no vídeo abaixo).
Segundo a ONU, atualmente, a Venezuela é o país que tem o maior grupo
populacional fora do local de origem. O Brasil é o país com o quinto maior
contingente de refugiados venezuelanos.
Venezuelanos lideram lista de pedidos de refúgio no Brasil
Grupos ocupacionais
Entre os setores que mais empregam imigrantes estão:
produção de bens
serviços industriais
comércio
Segundo o relatório, de 2011 a 2018 foram registrados 492,7 mil
imigrantes de longo termo, aqueles que permanecem no país em um período
superior a um ano, sendo 39% de venezuelanos, 14,7% de haitianos e 7,7% de
colombianos
Considerados todos os amparos legais, como refugiados e outras
modalidades, o Brasil registrou entrada de 774,2 mil imigrantes de 2011 a 2018.
"Fico feliz em ver que o Brasil continua sendo um país receptivo
entre os imigrantes. Reflete o caráter da nossa nação, do nosso país. Um país
formado por imigrantes que vieram da África, da Europa, além da população
nativa, indígena", disse o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio
Moro.
Por Luiz Felipe Barbiéri, G1 — Brasília
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