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© Foto:
Miguel Schincariol/AFP
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O maior motivo
de preocupação dos dirigentes e lideranças petistas quanto a uma possível
transferência de Luiz Inácio Lula
da Silva para um presídio comum em Tremembé foi com a segurança e o
bem-estar do ex-presidente. Um outro motivo, no entanto, preocupou os petistas
ao longo do dia de ontem: os danos que a remoção causaria à imagem do maior líder do partido.
Ao entrar
em Tremembé, Lula seria
obrigado a raspar o cabelo e a barba, sua marca registrada desde que surgiu na
política nacional durante as greves de metalúrgicos do ABC, no fim da década de
1970. No sistema prisional paulista, todos os presos que chegam a uma
penitenciária são obrigados pelo regulamento dos presídios a raspar o cabelo e
a barba. Devem ainda tirar fotos para serem identificados, adquirindo uma ficha
na cadeia. Petistas estavam certos de que essa ficha acabaria chegando às redes
sociais. Para deixar que a barba voltasse a crescer, Lula precisaria de
autorização judicial.
No sistema
penitenciário paulista, o preso recebe duas calças caqui, duas camisetas
brancas, duas blusas e pode ter até no máximo cinco cuecas, além de dois pares
de meias, sapato e chinelo. Logo que entra na prisão, o detento é colocado no
sistema de prova, uma espécie de adaptação à vida do presídio que pode durar
até dez dias. Só então lhe é designada uma cela onde vai cumprir a pena.
Por fim, as
visitas são apenas no fim de semana - exceto advogados e parlamentares. Todas
devem ser autorizadas pela Justiça e devem passar pela direção do presídio.
Petistas avaliavam que as restrições poderiam dificultar ainda mais a atuação
política de Lula, hoje feita por intermédio de advogados que o visitam
diariamente e políticos que vão a Curitiba uma vez por semana.
Caso o
ex-presidente fosse transferido para a penitenciária, mesmo no regime fechado,
ele poderia trabalhar em uma das três empresas que atuam no local. Por meio de
convênio com a Secretaria de Administração Penitenciária, outras duas empresas
atuam no presídio, uma delas no ramo de metalurgia, que poderia oferecer ao
ex-presidente uma ocupação em que ele detém conhecimento por já ter trabalhado
na área.
Outra opção
seria o serviço de varrição do complexo. Oficinas de leitura e de teatro também
são realizadas para os detentos que não querem trabalhar.
Marcelo
Godoy, Ricardo Galhardo e Gerson Monteiro / ESPECIAL PARA O ESTADO

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