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Flordelis e o marido, o pastor Anderson
Carmo, morto na casa
da
família neste domingo (16) — Foto: Reprodução/ Facebook
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Policiais
tentam desvendar a história de um crime que envolve uma família numerosa, onde
muitos se acusam. RJ2 desta quinta-feira (22) teve acesso ao documento.
O RJ2 desta quinta-feira (22) obteve o
relatório final da Polícia Civil sobre oassassinato
do pastor Anderson do Carmo, marido da deputada federal Flordelis (PSD). O
documento mostra que há indícios de que a complexa trama familiar tenha sido
iniciada em outubro de 2018.
Anderson teria descoberto, segundo depoimento
da filha adotiva Roberta dos Santos, que “três ou quatro meses antes do
assassinato ficou sabendo através de seu irmão Carlos que iriam tentar matar o
Niel”. Niel era o apelido de Anderson do Carmo.
Carlos também teria contado a Anderson sobre
uma mensagem que viu no celular de Flordelis na qual a deputada dizia a Lucas
dos Santos que bastava entrar no quarto do pastor e executar o serviço. Lucas,
um dos filhos adotivos do casal, está
preso e é acusado pelo assassinato.
Pastor não
acreditava em ameaças
A dona de uma oficina onde Lucas trabalhou
conta ter recebido a reprodução fotográfica de uma conversa que Lucas teria
tido com sua mãe Flordelis. Neste “print”, a deputada pediu que ele executasse
Anderson e roubasse os relógios para parecer um roubo.
Outro depoimento que acusa Lucas é o do filho
adotivo Mizael. De acordo com essa versão, Anderson estava sendo ameaçado de
morte e o plano era arquitetado por Lucas e Marly Teixeira.
O pastor também teria sido alertado pelo
filho Adriano do plano para assassiná-lo, mas — outra vez — não acreditou.
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Policiais tentam desvendar a história de um
crime que envolve
uma
família numerosa, onde muitos se acusam.
Foto:
Reprodução/TV Globo
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Mizael relatou ainda que, depois de uma
reunião com a mãe e os irmãos, Flordelis escreveu em um caderno que tinha
quebrado o celular do pastor e jogado na Ponte Rio-Niterói.
Luan Santos, outro filho adotivo, contou no
depoimento que a irmã dele Simone disse que Flordelis havia mandado ela
contratar alguém para “apagar” Anderson. Ele disse que sabia que a irmã não
faria isso e, por isso, pediu para que Marzy fosse procurada.
Suspeita de
envenenamento
A suspeita de que o pastor vinha
sendo envenenado também é investigada pela Delegacia de Homicídios
de Niterói. Ele tomava remédio frequentemente e sem conhecimento, segundo depoimento
de outra filha adotiva de Flordelis, Roberta dos Santos.
Ainda de acordo com essa versão, duas pessoas
que tomaram bebidas de Anderson por engano passaram mal. Kelly Cristina, outra
filha adotiva, disse que Marzy colocava o remédio ou veneno nos alimentos.
A medicação era colocada, segundo ela, “há
muito tempo” e o deixava letárgico e com falta de ar.
Cinco boletins de atendimento hospitalar
prestados a Anderson foram anexados no processo. Quase todos eles realizados em
2018. Na quarta, o RJ2 mostrou que Simone dos Santos fez buscas na internet
sobre o veneno
cianeto.
Destruição
de provas
Depois do crime, segundo o filho Luan dos
Santos, Flordelis mandou apagar mensagens do celular do marido. Até hoje, o
aparelho telefônico não foi encontrado. O diálogo teria sido assim:
- Só apaga aquilo que está lá. Dá um jeito de
apagar.
- Se a senhora mexer no celular, vão saber.
Luan disse acreditar que o irmão Adriano pode
ter envolvimento no assassinato. Ele afirmou ter visto Adriano com o celular do
pastor na mão e também com a mochila dele. Em seguida, ele teria ouvido de
Adriano:
“Agora sou
eu que vou resolver tudo. Mãe, quero falar uma coisa pra senhora: independente
do que aconteça eu sempre vou te amar”.
Uma semana após o crime, Kelly Cristina
revelou que Flordelis tentou reunir todos os filhos na igreja para que, junto
com o advogado, orientassem todos que fossem depor.
A neta de Flordelis suspeita de ter jogado o
celular de Anderson do Carmo no mar também foi ouvida: Lorrane dos Santos
Oliveira disse que foi duas vezes à praia de Pirartininga. No dia do
sepultamento jogou uma sacola vazia e um monte de papel na lixeira da praia. E
que dois dias depois, foi relaxar sozinha na praia à noite e que jogou seu
tênis vermelho fora.
Erica dos Santos de Souza afirmou que dois
dias depois da morte do pastor, as irmãs dela Simone e Rayane subiram até o
terceiro andar da casa. Ela viu o momento em que Simone escondeu um telefone na
janela do seu quarto e, em seguida, jogou um outro telefone em cima do closet.
Lucas dos Santos - que junto com o irmão
Flávio - está no banco dos réus - disse que foi coagido pelo irmão - a mudar
seu depoimento. Eles estavam presos em celas separadas, mas muito próximas.
Flávio revelou que Lucas teria que dizer que
foi torturado e coagido ao revelar à policia detalhes do crime.
Roberta dos Santos ainda afirmou pra polícia
que ao ver as declarações e a forma que Flordelis se comporta diante da
imprensa não tem dúvidas de que se trata de um teatro.
Por Bette Luchese, Cirilo Júnior, Felipe
Freire, Lilian Ribeiro, Isabel Boechat, RJ2 , GloboNews e G1 Rio


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