Entenda o esquema que levou Eike Batista novamente à prisão | Rio das Ostras Jornal

Entenda o esquema que levou Eike Batista novamente à prisão

Eike Batista e Sérgio Cabral — Foto: Fábio Motta/Ae (2008)
Empresário obtinha informações privilegiadas e usava um banco paralelo para ocultar os investimentos, feitos através de uma conta fantasma.
Preso novamente na quinta-feira (8) na Operação Segredo de Midas, o empresário Eike Batista usava um esquema de contas fantasmas para ocultar investimentos que não seriam permitidos pelas regras do sistema financeiro. Parte desses ganhos ilegais foram revertidos em propina para o então governador do Rio Sérgio Cabral (MDB).
Segundo as investigações, Eike e seu sócio, Luiz Arthur Andrade Correia, o Zartha, diretor de investimentos da EBX, usavam informações privilegiadas para investir no mercado financeiro sem que seus nomes aparecessem.
Os investimentos eram feitos por meio da empresa “The Adviser Investiments", a TAI, que funcionava como um banco paralelo, administrando contas fantasmas: comprando e vendendo ações sem revelar os investidores.
O lucro era transferido para contas em Bahamas, que , muitas vezes, pertenciam aos verdadeiros clientes.
Entenda como era o esquema em 8 passos:
  1. Clientes transferem valores das suas contas para um banco paralelo
  2. O banco paralelo utilizado era a The Adviser Investments (TAI)
  3. Eike Batista era um dos clientes da TAI, que cria e administra contas fantasmas
  4. Contas fantasmas são usadas para operar no mercado de capitais
  5. Os verdadeiros donos das contas fantasmas ficam "escondidos"
  6. Operações de compra e venda de ações proibidas pelo sistema financeiro são burladas
  7. Eike compra e vende ações de empresas que não poderia por ter informação privilegiada
  8. Operações da TAI são liquidadas ou creditadas em conta nas Bahamas
Em outras palavras, o MPF resumiu assim o esquema:
"O mecanismo ilegal consistia na criação de uma máscara aos olhos do mercado, um filtro que fazia com que o mercado enxergasse a empresa The Adviser Investments atuando em nome próprio, quando na verdade atuava como banco paralelo para os clientes donos de contas fantasmas", afirmam os procuradores.
Eike deixou vestígio, diz investigação
O empresário pode ter construído provas contra si mesmo, que contribuíram para a sua prisão, segundo a investigação. Recibos de uma conta fantasma atribuída a ele foram assinados pelo próprio empresário
O documento foi incluído no pedido de prisão e, segundo a denúncia, é uma "importante prova de corroboração sobre como Eike Batista tinha ciência, controlava e era o mandante das operações ilegais" das contas fantasmas.
"Trata-se de um dos raros episódios em que uma organização criminosa, por desconfiança interna entre seus membros, deixa recibo e vestígio material das operações ilegais realizadas", escrevem os procuradores.
Por Gabriel Barreira e Felipe Grandin, G1 Rio

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