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O presidente
russo, Vladimir Putin, e seu colega boliviano, Evo Morales,
cumprimentam-se durante o encontro no Kremlin
em Moscou, na
Rússia, na
última quinta-feira (11) — Foto: Kirill Kudryavtsev/AFP
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Evo Morales
aproveitou a visita à Rússia neste mês para avançar o projeto e fechar novos
acordos para que seu país começa a usar energia nuclear.
Uma aliança
entre a Rússia e
a Bolívia prevê
a construção de um complexo de tecnologia atômica a mais de 4 mil metros do
nível do mar, na cidade de El Alto, vizinha da capital boliviana La Paz.
Uma série de
documentos referentes ao projeto foram assinados pelo presidente da
Rússia, Vladimir
Putin, e o pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, em
uma visita diplomática que Evo fez à Moscou nesta quinta-feira.
Outros acordos
bilaterais – como de exploração de lítio, desenvolvimento da agricultura,
segurança – também foram fechados, mas o projeto nuclear é o mais chamativo.
A ideia é que o
país não apenas seja capaz de gerar energia nuclear, mas consiga fazer
pesquisas e usar a energia para fins medicinais e agroindustriais – o complexo
tecnológico terá três partes, específicas para desenvolver cada um desses
objetivos.
O projeto gerou
críticas por parte da oposição a Evo, mas o governo boliviano tem insistido que
o plano é seguro e trará benefícios ao país.
Para começar a
usar a energia atômica, o governo boliviano criou em abril de 2016 a Agência
Boliviana de Energia Nuclear (Aben), e fez os primeiros acordos para receber
ajuda da Rússia.
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| O reator nuclear será usado para pesquisas Foto: Unsplash |
A Aben será
responsável pela administração do chamado Centro de Pesquisa e Desenvolvimento
em Tecnologia Nuclear, que atualmente está em construção.
"Este
centro vai estar no livro dos recordes porque é o único que está tão alto no
mundo", disse o oficial do governo russo Rosatom Evgueni Paquermánov em
uma visita recente às instalações.
"O
objetivo é desenvolver aplicações nucleares com fins pacíficos, com
responsabilidade social e ambiental", afirma a Aben.
A entidade
afirma que assim a Bolívia deixará de ser o único país da América do Sul que
não usa energia atômica.
Formação
No fim de
junho, Evo Morales homenageou dez bolivianos que foram fazer capacitação em
instalações russas. Outro grupo já havia sido enviado em 2018.
O governo
boliviano também lançou 260 bolsas de estudo no país para formar futuros
operadores da central.
Segundo o
presidente, o complexo tecnológico estudará raios gamma para "dar um salto
tecnológico e científico na área agroindustrial".
O governo diz
que isso permitirá um aumento nas exportações e melhorará a qualidade dos
produtos agrícolas do país.
O complexo
também terá um centro de radiomedicina para produzir remédios e pesquisar
exames que ajudem na detecção precoce de câncer e no tratamento.
Evo diz que
esse assunto é uma prioridade e que espera que os centros de oncologia comecem
a funcionar no ano que vem.
Questionamentos
A oposição
boliviana questiona a implementação de um programa nuclear no país desde o
início.
O opositores
afirmam que o governo de Evo permitiu que países como Rússia e China tenham
interferência demais na Bolívia e criticam o endividamento que foi necessário
para o projeto.
Também afirmam
que outros projetos energéticos prometidos pela administração de Evo, como a
produção de baterias de lítio, ainda não foram concluídos.
Por BBC


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