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© Dida
Sampaio/Estadão Manuela D'Ávila,
ex-deputada
federal do PCdoB.
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Após retornar
ao Brasil, a ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB-RS)
deve prestar depoimento sobre a Operação
Spoofing, informou sua defesa neste domingo, 28. A candidata à vice na
chapa de Fernando Haddad (PT)
na disputa presidencial do ano passado deve voltar de viagem em até 15 dias.
Segundo o
advogado Alberto Toron, ela saiu do País no dia 23 de junho para fazer um curso
na Universidade de Edimburgo, no Reino Unido. Toron afirmou que colocará
Manuela à disposição das autoridades para “prestar todos os esclarecimentos que
dela forem solicitados”. “Assim que ela chegar no Brasil, ela prestará
depoimento na data em que a autoridade determinar”, disse.
Na sexta-feira,
26, Walter Delgatti Neto,
conhecido como “Vermelho”, disse em depoimento à Polícia Federal que fez
contato com o jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil, por meio de Manuela.
Delgatti Neto foi um dos presos na Operação Spoofing,
suspeito de ter hackeado telefones de autoridades.
Em nota,
Manuela disse que, em maio, seu aplicativo Telegram foi invadido e confirmou
que repassou ao “invasor” do seu celular o contato de Greenwald. Desde o início
de junho, o site The Intercept Brasil,
cofundado pelo jornalista americano, tem divulgado trocas de mensagens entre o
ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e procuradores da
força tarefa da Operação Lava Jato.
A defesa de
Manuela afirma que a ex-deputada não tomou parte na ação do suposto hacker.
“Ela não teve envolvimento nenhum com apoio financeiro (a Delgatti Neto)
ou coisa parecida. Manuela não tem preocupação alguma, apenas preocupação em
dizer a verdade”, afirmou Toron. “Ela simplesmente indicou o jornalista Glenn e
se retirou do cenário”.
O líder
do PCdoB na
Câmara, o deputado federal Orlando Silva (SP), disse que
o partido está “absolutamente solidário a Manuela”. O parlamentar ressaltou
que, desde a sexta-feira, todos os líderes da legenda manifestaram seu apoio
por meio das redes sociais. “Manu fez o que qualquer pessoa séria faria.
Infelizmente, a razão perdeu espaço no Brasil”, disse.
Silva afirmou
ainda que espera que a invasão ao celular de Manuela seja explicada. O líder do
PCdoB também cobrou que Sérgio Moro e o procurador da República Deltan Dallagnolofereçam seus
celulares para perícia.
PCdoB vai
convocar Moro para esclarecer atuação na Operação Spoofing
Silva afirmou
também que já há um requerimento pronto para convocar Moro a prestar
esclarecimentos aos parlamentares sobre a Operação Spoofing. Na quinta-feira,
25, o ministro da Justiça avisou a autoridades
que tiveram celulares hackeados que o material obtido de
maneira ilegal seria destruído.
Para o
parlamentar, a atitude do ministro seria uma “ilegalidade flagrante” e
configuraria desrespeito ao artigo 325 do Código Penal, que versa sobre quebra
de sigilo funcional. “Como (Moro) teve acesso a inquérito sigiloso? Esse
é o domínio do Judiciário e da Polícia Federal”, disse Silva. “Pior, se teve
acesso enquanto autoridade e servidor público, não poderia quebrar o sigilo.
Queremos ouvi-lo”.
Segundo o líder
do PCdoB, o partido vai conversar com lideranças partidárias para decidir se a
convocação de Moro será para uma audiência no Plenário ou na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ). “Vamos trabalhar para ser uma convocação com
apoio de todos os partidos”, afirmou. “Não é assunto da esquerda, nem da
oposição. Queremos o respeito à Constituição e as leis”.
O Estado apurou na última
quinta-feira que o presidente do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio Noronha, e o
presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, receberam contatos
de Moro sobre a operação da PF.
Neste sábado,
27, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a
decisão sobre uma possível destruição de mensagens não cabe a Moro.
“O Moro não fará nada que a lei não o permita fazer. Agora, foi uma invasão
criminosa”, disse.
Alessandra
Monnerat

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