Em 100 dias, 5 comissões da Alerj só se reuniram uma vez e 40% não tiveram audiência pública | Rio das Ostras Jornal

Em 100 dias, 5 comissões da Alerj só se reuniram uma vez e 40% não tiveram audiência pública

Imagem do plenário da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro,
 no Palácio Tiradentes — Foto: Marcos Serra Lima/G1

Levantamento exclusivo foi feito pelo G1. Comissões têm função de ouvir a população, fiscalizar o poder público e analisar legalidade de leis.
Em 2019, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) completou 100 dias de trabalho na última segunda-feira (13) sem que algumas das comissões tenham discutido sequer um segundo. Cinco só se reuniram na reunião de instalação — que, mais do que praxe, é obrigatória.
A Casa tem o equivalente a uma comissão para dois deputados. São 36 para 70 parlamentares. O número é maior até mesmo do que o da Câmara Federal, onde há 513 deputados, e apenas 25 comissões.
No quinto mês do ano, a 37ª comissão ainda será instalada: a de Servidores Públicos.
Comissões que só se reuniram na instalação:
  1. Agricultura, Pecuária e Políticas Rural, Agrária e Pesqueira
  2. Defesa Civil
  3. Defesa e Proteção dos Animais
  4. Redação
  5. Prevenção e Combate à Pirataria
Às comissões cabe fiscalizar os poderes, acompanhar as políticas públicas, possíveis desvios e a legalidade de projetos de lei. Além de ouvir a população.
O principal instrumento para dialogar com a sociedade é a audiência pública — ainda menos utilizada nesta legislatura da Alerj: 15 delas não receberam membros da sociedade civil. Isso equivale a 40% das comissões.
Na Assembleia fluminense, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) é a mais ativa: 12 reuniões já foram realizadas. Entretanto, ela é uma das que não realizou audiência pública.
Em Brasília, por exemplo, a CCJ realizou duas audiências públicas para discutir a Reforma da Previdência, inclusive com o ministro da Economia Paulo Guedes, e outra sobre segurança pública.
As comissões da Alerj geram a nomeação de mais de 200 cargos comissionados e outros 60 para servidores públicos, contando também as comissões especiais e as parlamentares de inquérito (CPIs).
Comissões que não realizaram audiência pública em 2019:
  1. Pessoa com Deficiência
  2. Agricultura, pecuária e políticas Rural Agrária e pesqueira
  3. Assuntos Municipais e Desenvolvimento Regional
  4. CCJ
  5. Defesa Civil
  6. Defesa do Consumidor
  7. Defesa e Proteção dos Animais
  8. Emendas Constitucionais e Vetos
  9. Indicações Legislativas
  10. Legislação Constitucional Complementar e Códigos
  11. Normas Internas e Proposições Externas
  12. Obras Públicas
  13. Redação
  14. Política Urbana, Habitação e Assuntos Fundiários
  15. Prevenção e Combate à Pirataria
Como é uma reunião?
As comissões também deliberam sobre homenagens, realizam vistorias em equipamentos públicos, discutem com a sociedade e propõem soluções para o poder público.
Foi em uma das audiências públicas da comissão de cultura do Rio, por exemplo, que se discutiu o orçamento da pasta para o ano. Um bloqueio de quase 50% no orçamento do Theatro Municipal foi revelado, provocando a reação do governo e da sociedade civil.
A comissão também emitiu parecer sobre projetos como o que declara bem cultural imaterial o Movimento Charme e apresentou os nomes para receber o diploma Heloneida Studart de Cultura.
O que diz a Alerj
Por e-mail, a Assembleia enumerou outros papéis que as comissões deveriam desempenhar.
"Cabe destacar ainda que o trabalho das comissões não se restringe às audiências públicas, cabendo a elas também o acompanhamento de ações governamentais e a análise de projetos de lei – atualmente existem mais de mil proposições tramitando nas comissões".
Quando um projeto dialoga com o tema da comissão, ela precisa dar um parecer determinando se o considera constitucional ou não. Se o parecer não é elaborado na reunião, um dos deputados do grupo precisa dar sua opinião oralmente, na hora da votação.
"Nesse processo, é natural que comissões como a CCJ, que analisa todos os projetos, se reúnam mais que outros grupos temáticos que se manifestam apenas em projetos específicos", diz o texto da Alerj.
Ainda de acordo com a Casa, mais da metade dos parlamentares está em primeiro mandato, e a indicação dos partidos para compor as comissões não foi "imediata".
"Entre as comissões citadas, há ainda uma que foi criada e instalada no apenas no fim de abril – de proteção dos animais".
Por Gabriel Barreira, G1 Rio

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