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Representantes
dos países integrantes do Grupo de Lima participam de
encontro em Santiago, no Chile, na
segunda-feira (15)
Foto: Martin Bernetti/AFP
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Países que
integram grupo - entre eles o Brasil - rejeitam intervenção militar. Declaração
de Santiago, assinada nesta segunda-feira (15), pede à Rússia, China, Cuba e
Turquia que 'favoreçam o processo de transição e restabelecimento da
democracia'.
O Grupo de
Lima, reunido em Santiago nesta segunda-feira (15), exortou as Nações Unidas a
"tomar atitudes" para evitar o progressivo avanço da crise na
Venezuela e garantir a ajuda humanitária.
Os
países-membros do grupo, criado em 2017 para abordar exclusivamente a situação
na Venezuela, "exortam o secretário-geral das Nações Unidas, a Assembleia
Geral e o Conselho de Segurança a tomar ações para evitar a deterioração
progressiva da paz e da segurança e fornecer assistência humanitária urgente à população
de migrantes precedentes da Venezuela", diz a declaração final do
encontro.
O documento foi
firmado por representantes de Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa
Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai e Peru, e por um representante do
líder opositor Juan Guaidó, reconhecido por 50 países como presidente interino
da Venezuela.
A chamada
declaração de Santiago também pede à Rússia, China, Cuba e Turquia que
"favoreçam o processo de transição e restabelecimento da democracia",
advertindo sobre o "impacto negativo que seu apoio ao regime ilegítimo de
Maduro causa à nossa região".
O documento
convoca o Sistema Interamericano de Direitos Humanos e o Conselho de Direitos
Humanos das Nações Unidas "a dar atenção prioritária à situação na
Venezuela", demandando "a libertação imediata dos presos políticos e
o fim das práticas de detenção arbitrária, tortura e ação violenta dos grupos
paramilitares".
O Grupo rejeita
ainda "qualquer ameaça ou curso de ação que implique em um intervenção
militar na Venezuela, condena a ingerência estrangeira naquele país e exige a
saída imediata dos serviços de inteligência, segurança e de forças militares
que estão no país sem o amparo da Constituição venezuelana", em referência
à presença russa.
Aumentar a
pressão
Nesta
segunda-feira, o Canadá anunciou novas sanções contra o governo de Nicolás
Maduro, a congelar ativos e proibir transações contra 43 pessoas
"responsáveis pela deterioração da situação na Venezuela".
A lista inclui
o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, e outros altos funcionários, como os
ministros da Economia, Simón Zerpa, e do Petróleo, Manuel Quevedo, também
presidente da estatal petroleira PDVSA.
A Venezuela
reagiu afirmando que "ao acompanhar a aventura belicista e criminosa de
Donald Trump contra a Venezuela, o primeiro-ministro (Justin) Trudeau anulou o
Canadá como um ator confiável para o diálogo".
Saída
Pacífica
O encontro em
Santiago acontece em meio à pior crise humanitária e econômica da história
recente da Venezuela, que provocou a migração de mais de 3,7 milhões de
pessoas.
Segundo o FMI e
o Banco Mundial, a inflação da Venezuela alcançará este ano 10.000.000%. Além
disso, o país sofrerá a perda de um quarto de seu PIB.
O agravamento
da crise intensificou as especulações sobre uma eventual ação militar.
Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a reafirmar
que todas as opções estavam sobre a mesa.
No domingo,
após uma viagem por Chile, Paraguai e Peru, o secretário de Estado americano,
Mike Pompeo, fez novas críticas e ameaças contra o governo Maduro, pedindo que
se reabra a fronteira com a Colômbia para que os venezuelanos possam receber
ajuda essencial.
A opção militar
é, até agora, descartada pelo Grupo de Lima.
O Grupo foi
criado em agosto de 2017 por iniciativa do Peru, com o objetivo de colaborar
para solucionar a crise venezuelana. É composto por Argentina, Brasil, Canadá,
Chile, Colômbia, Costa Rica, Honduras, Guiana, Guatemala, México, Panamá,
Paraguai, Peru e Santa Lúcia.
Por France Presse

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