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Caramujos africanos em terreno baldio estão
invadindo
quintais de casas em Cabo Frio, no RJ — Foto:
Arquivo pessoal
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Abandono de
terrenos e acúmulo de entulho contribui também para a proliferação de outras
pragas como ratos e mosquitos.
Uma infestação de caramujos africanos está
preocupando moradores do bairro Portinho, em Cabo Frio, na Região dos Lagos do
Rio. Para eles, o problema tem relação com terrenos abandonados que, além de
estarem com mato alto, têm acúmulo de lixo e entulho.
Além dos caramujos, os terrenos baldios
também atraem outros tipos de pragas como ratos, e contribui para a
proliferação de mosquitos, que podem causar doenças para as pessoas e animais.
O descaso em um terreno que fica na Rua Alice
Torres está tornando a vida de uma moradora, que não quis ser identificada, um
pesadelo. O local fica ao lado da casa dela e os caramujos africanos que
começaram a aparecer e invadir o quintal dela.
"Eu
limpo e os caramujos não param de aparecer. Tenho dois cachorros e tenho medo
que eles comam e até morram, como aconteceu com o cachorro de uma amiga minha.
Fora o risco pra gente. E eles não ficam só no quintal, cheguei outro dia e vi
um na pia da cozinha", disse uma das moradoras do Portinho.
Só do próprio quintal, a moradora removeu uma
pá cheia dos moluscos.
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Moradora retirou uma pá cheia de caramujos do
quintal
em
Cabo Frio, no RJ — Foto: Arquivo pessoal
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Além do problema no Portinho, a Secretaria de
Saúde, por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde Ambiental, informou que
existem outras duas ocorrências de surgimento de caramujos, um no bairro Jacaré
e outro na Ogiva.
A coordenadoria disse ainda que com o período
de chuvas de verão, as condições climáticas favorecem a sobrevivência do
molusco.
Riscos à
saúde
Os caramujos africanos podem transmitir, por
meio do muco que produzem para se deslocar, verminoses conhecidas como
angiostrongilíases. A contaminação também pode acontecer por meio da ingestão
de verduras e hortaliças sujas com o muco do caramujo.
A Prefeitura reforçou que, apesar dos registros
de casos nos bairros citados, não há registros da doença em Cabo Frio, até o
momento.
Como
descartar os moluscos
A orientação para a população é nunca tocar
nos caramujos sem luvas ou sacos plásticos nas mãos e realizar a higienização
adequada das mãos e dos alimentos, após um eventual contato com o animal.
“É
recomendado manter os quintais e terrenos limpos, pois geralmente são nesses
locais que os caramujos se escondem”, disse a coordenadora de Vigilância em
Saúde Ambiental Andreia Nogueira.
Para eliminar os caramujos, a forma mais
adequada é catando os animais. Depois de proteger as mãos e catar os moluscos,
é aconselhado colocá-los em um saco de lixo e jogar bastante sal dentro do
saco.
O sal vai desidratar os animais e formar um
líquido dentro do saco, por isso, deve-se colocar o primeiro saco dentro de
outro saco de lixo.
A Prefeitura informou que depois do processo,
o morador pode comunicar à Comsercaf para dar o destino correto ao resíduo
gerado pela catação dos caramujos.
O município também reforçou que não se deve
jogar o sal diretamente no caramujo no terreno porque, além de contaminar o
solo, as conchas do animal podem virar criadouros de mosquitos como o Aedes
Aegypti que transmite doenças como Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela.
Cuidados com
os alimentos
Os alimentos que entrarem em contado com os
caramujos devem ser descartados ou desinfetados com solução de água sanitária
antes de serem consumidos.
A desinfetação pode ser feita da seguinte
forma: lavar o alimento em água corrente, colocá-lo de molho por 30 minutos em
uma solução de água sanitária (1 colher de sopa de água sanitária para cada
litro de água) e lavar o alimento novamente em água corrente.
Como
solicitar ajuda à Prefeitura
As reclamações, em caso de surgimento dos
caramujos, podem ser feitas pelo telefone (22) 2644-7916 ou diretamente na sede
da Coordenadoria de Vigilância em Saúde Ambiental de Cabo Frio, que fica na Rua
Índia, 40, Jardim Flamboyant.
As reclamações devem constar o endereço
completo do imóvel que apresenta ou esteja causando problemas relacionados aos
moluscos.
Ações em
prática
O município informou que agentes de endemias
estão buscando pelos donos de terrenos baldios para orientá-los quanto à
prevenção, vistoria periódica e controle dos moluscos.
A Prefeitura disse ainda que as ações serão
feitas no Portinho, Ogiva e Jacaré, além da retirada dos caramujos que será
feita em conjunto com a Comsercaf, para dar uma destinação correta aos
resíduos.
Ainda segundo a Prefeitura, caso haja
reincidência quanto à manutenção do local, a Coordenadoria de Vigilância
Sanitária será acionada para proceder com as notificações e possíveis multas.
* Estagiário sob supervisão de Franklin Vogas
Por Rodrigo Marinho*, G1 — Região dos
Lagos
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