© Dida
Sampaio/Estadão Senador José Maranhão rasga cédulas encontradas
sem envelope
na votação anulada para escolha do presidente do Senado.
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A corregedoria
do Senado pediu a ajuda do ministro da Justiça,
Sérgio Moro, para descobrir se houve fraude na votação da presidência da Casa,
no dia 2, quando Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi eleito. Na ocasião, foram
encontradas 82 cédulas na urna de votação, um a mais do que o número de
senadores na Casa. Seis parlamentares estão sob suspeita.
O
corregedor, senador Roberto Rocha (PSDB-MA), disse ao Broadcast/Estadão que
ligou para o ministro para solicitar a ajuda da Polícia Federal na
análise das imagens capturadas. Além dos vídeos, também estão sendo
investigadas mais de 11 mil fotografias.
Ele disse que
já analisou as imagens, mas que é necessário equipamento de alta tecnologia
para concluir a investigação. Além da PF, ele cogita também
solicitar auxílio da Universidade Federal de Brasília (UnB). Para o
corregedor, “é pouco provável” que o voto duplo tenha sido um equívoco, mas sim
um ato intencional.
“Alguém por
equívoco ou má fé, não posso dizer ainda, embora seja muito pouco provável que
tenha sido um equívoco deixou de botar a cédula dentro do envelope para colocar
duas cédulas dentro da urna, sem envelope”, disse. “Alguém substituiu um
envelope por uma segunda cédula. Em que momento foi isso? É o que estamos
olhando nas imagens”, disse.
Pelo conteúdo
analisado até agora, ele afirma também que é provável que o voto a mais tenha
sido colocado na urna entre os últimos a votarem no sábado pela manhã, já que
foi um dos primeiros a ser retirado pelo escrutinador. “Na primeira mãozada já
veio os dois votos”, disse Rocha.
Os últimos a
votar foram os senadores de Roraima (Chico Rodrigues, Mecias de Jesus e
Telmario Mota), Amapá (Davi Alcolumbre, Lucas Barreto e Randolfe Rodrigues),
Tocantins (Eduardo Gomes, Irajá Abreu e Kátia Abreu) e Rondônia (Marcos
Rogério, Confúcio Moura e Acir Gurgacz).
Após análise
das imagens, Rocha afirmou ter observado que, dos 81 senadores, não é possível
ver com clareza o momento da votação de seis deles. Os seis, que não tiveram
seus nomes revelados, são considerados suspeitos.
“Mesmo com as
imagens tem uma meia dúzia de casos que não dá pra ver com os recursos que
temos. Estou tentando ver se conseguimos um recurso mais específico ou da PF,
da UnB ou dos dois. Aí, eles poderão dizer, ‘está aqui no zoom (a fraude)’”,
disse. Corregedor lamentou a falta de preservação das provas que poderiam
ajudar na investigação. “Se a gente tivesse as cédulas, seria mais fácil. Mas rasgaram
as cédulas”, disse.
Em entrevista
ao Broadcast/Estadão no dia seguinte da votação, o presidente
da sessão, José Maranhão (MDB-PB) disse que as duas cédulas do voto duplo estavam assinadas apenas pelo
secretário da Mesa no dia, senador Fernando Bezerra Coelho
(MDB-PE).
Os papéis
precisavam estar assinados por Maranhão e Bezerra. Questionado se as cédulas em
questão poderiam ter sido assinadas previamente, antes do início da eleição, o
corregedor demonstrou não ter certeza sobre essa possibilidade. Já o senador
Major Olímpio (PSL-SP), que pediu a abertura da investigação, não descartou
esta hipótese.
Rocha pediu a
Alcolumbre mais três servidores para auxiliá-lo na investigação.
Renan
Truffi e Camila Turtelli
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