Cabral está preso desde novembro de 2016 e sua pena chega a 198 anos e seis meses. Picciani foi preso um ano depois na operação Cadeia Velha. |
Esquema
envolve compra e venda de gado com propina. Procuradores pedem indisponibilidade
de R$ 13 milhões em bens e condenação.
O Ministério
Público do Rio (MPRJ) denunciou, mais uma vez, o ex-governador do Sérgio Cabral
(MDB) e o presidente afastado da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge
Picciani (MDB). Eles são acusados de lavar dinheiro de propina através da
compra e venda de cabeças de gado, como mostrou a GloboNews com exclusividade
nesta terça (15).
De acordo com o
MP, Cabral recebeu propina de R$ 1 milhão da Carioca Engenharia entre 2007 e
2014. O dinheiro teria gerado operações superfaturadas de compra e venda de
gado, criados pela família de Picciani. Eles foram denunciados por improbidade
administrativa.
Cabral está
preso desde novembro de 2016 e sua pena chega a 198 anos e seis meses. Picciani
foi preso um ano depois na operação Cadeia Velha.
Além da
condenação, o MP também pediu a indisponibilidade dos bens dos denunciados no
valor total de R$ 13 milhões. Esse bloqueio deve ser feito de forma
individualizada nas contas bancárias dos acusados e também poderão tornar
indisponíveis os bens móveis e imóveis deles.
O esquema
envolveu a lavagem da propina paga a Sérgio Cabral através da compra e venda de
160 cabeças de gado. Segundo os promotores, em troca da propina, Cabral teria
beneficiado a Carioca Engenharia em contratos para obras.
Além de Cabral
e Picciani, o MP também pediu a condenação de José Augusto Ferreira dos Santos,
apontado como operador financeiro de Picciani e da Agrobilara.
Os esquemas
envolviam licitação, contratação e execução, inclusive em regime de consórcio
com outras empresas, de obras custeadas com recursos federais do Programa de
Aceleração do Crescimento, o PAC. Dentre eles:
- urbanização da favela da Rocinha
- construção do Arco Metropolitano
- construção da linha 4 do metrô, que já é alvo de
uma ação penal
Também foram
detectadas fraudes à licitação em dois conjuntos de obras executadas pelo
governo do estado: a do estádio do Maracanã para a Copa de 2014 e as do
Programa de Urbanização e Regularização Fundiária chamado PAC das Favelas.
Por Bárbara Carvalho e Marcelo Gomes,
GloboNews
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