Ministros e
o governador de Roraima, Antonio Denarium (PSL)
concderam coleteiva de impresa ao final da
visita aos abrigos
Foto: Jackson Félix/G1 RR
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General
Fernando Azevedo e Silva, no entanto, afirma que estudo ainda levanta quanto de
recurso será destinado à ação. Comitiva de ministros visita Roraima nesta
quinta (17) e sexta (18).
O ministro da
Defesa, Fernando Azevedo, disse nesta quinta-feira (17) em Boa Vista que
a operação Acolhida, que cuida de postos de atendimento e de 13 abrigos para
refugiados venezuelanos em Roraima, será mantida até março de 2020.
Segundo ele, no
entanto, o recurso que será destinado à ação ainda está sendo levantado. A
operação Acolhida foi
criada pelo ex-presidente Temer em fevereiro de 2018 frente à
crescente migração
venezuelana para o estado. O recurso
inicial foi de R$ 190 milhões que custeia a ação até 31 de março
deste ano.
“A operação vai
ser mantida por mais 12 meses. Nós temos o recurso do início que termina no dia
31 de março. O prosseguimento está sendo feito. O comitê em Brasília coordenado
pela Casa Civil vai verificar a disponibilidade [financeira]", disse o
general.
O anúncio foi
feito em coletiva de imprensa no Palácio Senador Hélio Campos, sede do governo
do estado. Estavam presentes o governador do estado Antonio Denarium (PSL),
além dos ministros Ricardo Vélez Rodríguez (Educação), Osmar Terra (Cidadania),
Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União) e Luiz Henrique Mandetta (Saúde).
O general
também descartou a possibilidade de fechamento da fronteira ou imposição de
medidas restritivas à entrada de venezuelanos. O governo do estado é a favor da exigência
de antecedentes criminais para ingresso de imigrantes no estado.
"Não seria
humanitário [fechar a fronteira] e a população venezuelana não merece
isso", declarou o ministro, reiterando que o governo brasileiro não
reconhece a legitimidade do novo mandato de Nicolás Maduro. “A gente não tem
certeza da situação da Venezuela, mas fechamento da fronteira agora é
impossível. Não vamos virar as costas para eles".
Segundo o
governador Denarium, "dependendo da quantidade de imigrantes podem ser
feitos novos abrigos ou haver a redução deles".
Manifestantes
fizeram protesto em frente ao Palácio Senador
Hélio
Campos, sede do governo do estado, em Boa Vista
Foto: Valéria Oliveira/G1 RR
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“A fronteira
permanecerá aberta e nós continuaremos atendendo os venezuelanos. [...] Assim
que resolver o fluxo de entrada os abrigos será reduzidos e consequentemente
fechados".
Visita de
ministros
A comitiva de
ministros chegou a Boa Vista por volta das 11h. Depois, visitou estruturas da
operação Acolhida e seguiu para reunião no Palácio Senador Hélio Campos.
Do lado de fora
do palácio, cerca de 100 manifestantes protestavam desde às 17h. O ato, segundo
os sindicatos que o organizaram, foi em defesa dos direitos dos trabalhadores e
povos indígenas e contra a terceirização.
Parte dos
manifestantes cobrava também que o governo pague as firmas terceirizadas que
estão há meses sem receber. No final do ano passado, o estado sofreu
intervenção federal frente à crise financeira - com atraso de salários,
fornecedores e terceirizadas - e paralisação de policiais.
Venezuelanos
em Roraima
Desde 2015,
Roraima recebe um grande e crescente número de imigrantes venezuelanos que
entram no Brasil pela fronteira do estado. Eles fogem da fome, do desemprego e
da falta de serviços de saúde no país governado por Nicolás Maduro.
Em Pacaraima, o
fluxo diário de entrada de venezuelanos está entre 500 a 600 pessoas, conforme
número divulgado no início deste mês pela Acolhida.
Entre 2015 e
novembro de 2018, 96.094 venezuelanos procuraram a PF para solicitar
regularização migratória. Desses, 62.128 pediram refúgio e 24.966, residência.
Segundo os
números compilados até 3 de dezembro de 2018, 199.365 venezuelanos entraram
pela fronteira de Pacaraima, sendo que 100.928 deixaram o Brasil. Outros 98.437
não registraram saída do país.
Entre os 66.024
que deixaram o País por via terrestre, 64% cruzaram de volta a fronteira de
Pacaraima com a cidade venezuelana de Santa Elena de Uiarén, 18% saíram por Foz
do Iguaçu, 5% por Guajará-Mirim e 5% por Uruguaiana. Outras fronteiras
representam somadas 8%.
Os aeroportos
internacionais registraram a saída de 32.413 venezuelanos, sendo 58% pelo
aeroporto de Guarulhos, 14% via Manaus, 12% pelo aeroporto de Brasília e 12%
pelo Galeão.
Dos que ficam
no País, apenas 10% (entre 15 e 20 por dia, em média) são considerados
desassistidos, ou seja, precisam de ajuda do governo com oferta de abrigo e
interiorização.
Atualmente, a
Acolhida cuida de 13 abrigos e há cerca de 6,6 mil venezuelanos imigrantes
abrigados no estado. Os locais são geridos em parceria com a ONU e ONGs.
Por G1 RR — Boa Vista
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