© ADRIANO
MACHADO
|
O Brasil
abandonará o Pacto Mundial para Migração das Nações Unidas, aprovado
formalmente nesta segunda-feira em Marrakech, no momento em que Jair Bolsonaro
assumir o governo, no dia 1º de janeiro, afirmou o futuro ministro das Relações
Exteriores, Ernesto Araújo, no Twitter.
"O governo
Bolsonaro se desligará do Pacto Global de Migração que está sendo lançado em
Marrakech, um instrumento inadequado para lidar com o problema", escreveu
Araújo na noite desta segunda-feira, acrescentando que a "imigração é bem-vinda,
mas não deve ser indiscriminada".
O pacto, que
pretende reforçar a cooperação internacional para uma "migração segura,
ordenada e regular", ainda deve passar por uma última votação de
ratificação em 19 de dezembro na Assembleia Geral da ONU.
O acordo, não
vinculante, destaca princípios (defesa dos direitos humanos, das crianças,
reconhecimento da soberania nacional) e enumera propostas para ajudar os países
a enfrentar as migrações, como o intercâmbio de informação e de experiências,
ou a integração dos migrantes.
Também proíbe
as detenções arbitrárias e apenas autoriza as prisões como medida de último
recurso.
Os ativistas
dos direitos humanos consideram que o acordo não vai longe o suficiente em
termos de ajuda humanitária, serviços básicos e direitos trabalhistas dos
migrantes. Seus críticos o consideram uma incitação aos fluxos migratórios sem
controle.
A saída do
Brasil do Pacto é um novo sinal de aproximação com a diplomacia do governo do
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que abandonou a elaboração do
texto em dezembro de 2017.
Na América
Latina, países como Chile e República Dominicana também se afastaram do pacto.
Bolsonaro e
Araújo não escondem sua admiração por Trump e seu desejo de alinhar o futuro
governo aos Estados Unidos em matéria de política externa.
O futuro
presidente do Brasil já havia manifestado sua intenção de abandonar o acordo de
Paris sobre o clima.
O anúncio do
futuro chefe do Itamaraty chega horas após a aprovação do Pacto para a Migração
na conferência que reuniu quase 160 países em Marrakech.
A cerimônia
contou com a presença do secretário-geral da ONU, António Guterres, da
chanceler alemã, Angela Merkel, e do atual ministro das Relações Exteriores do
Brasil, Aloysio Nunes, que se mostrou favorável ao acordo.
Araújo concluiu
sua série de mensagens no Twitter afirmando que os imigrantes venezuelanos
"que fogem do regime de Maduro" continuarão sendo acolhidos pelo
Brasil, mas avaliou que "o fundamental é trabalhar pela restauração da
democracia na Venezuela".
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!