Torcedoras
iranianas aguardam início de partida de futebol entre
o time iraniano Persepolis e o japonês Kashima
Antlers em Teerã
— Foto:
Vahid Salemi/AP Photo
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Desde a
vitória da Revolução Islâmica, em 1979, as mulheres não têm direito a ir aos
estádios no Irã para ver os homens jogarem futebol.
Cerca de mil
mulheres iranianas tiveram seu acesso liberado, no sábado (10) à noite, no
estádio onde aconteceu a final da liga de campeões asiática, em Teerã, um fato
pouco comum classificado como uma "vitória" por vários jornais
reformistas do país.
A incomum
presença de torcedores em uma tribuna especialmente reservada para as mulheres
no estádio Azadi ("Liberdade", em persa) não foi o suficiente para
levar a equipe local - o FC Persépolis - à vitória. Depois de sua derrota por
2-0 no Japão, o time não passou do zero a zero em casa, o que deu o título ao
Kashima Antlers.
"As
mulheres ganharam a partida da Liberdade", dizia a manchete do jornal
reformista "Etemad".
"Vitória
das mulheres iranianas na final asiática", estima o também reformista
"Sazandegi". De acordo com este jornal, a maioria das mulheres
presente no estádio foi "selecionada minuciosamente" entre as
famílias dos jogadores do FC Persépolis, ou entre jogadoras de futebol, ou de
futebol de salão.
Desde a vitória
da Revolução Islâmica em 1979, as mulheres não têm direito a ir aos estádios no
Irã para ver os homens jogarem futebol. A medida é, com frequência, criticada
no país.
O presidente
iraniano, Hassan Rohani, manifestou em diferentes ocasiões sua vontade de que
as mulheres possam entrar nos estádios, mas o projeto enfrenta a oposição dos
ultraconservadores.
Neste domingo,
a Confederação Asiática de Futebol (AFC) agradeceu oficialmente às autoridades
iranianas por terem permitido que as mulheres "fossem testemunha de um
evento excepcional".
Por France Presse
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