Miguel Angelo Steffan de Souza, o
"Miguelzinho Seropédica",
era
conhecido por denunciar irregularidades na cidade
Reprodução Facebook
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Miguel Angelo
Steffan de Souza, o 'Miguelzinho Seropédica', é o segundo morto político em
Seropédica em menos de três semanas. O ex-candidato era forte opositor do atual
prefeito e também denunciava crimes da milícia local
Rio - O
ex-candidato a prefeito de Seropédica, Miguel Angelo Steffan de Souza, de
51 anos, também conhecido como "Miguelzinho Seropédica", foi
assassinado a tiros na manhã deste domingo, enquanto conversava em uma padaria
do município da Baixada Fluminense.
Ele é o segundo
político morto em Seropédica em menos de três semanas. No dia 25 de
outubro, Rafael
de Siqueira Cardoso, também conhecido como "Rafael 39", de 37 anos,
foi assassinado a tiros, também em uma padaria. Empresário local
do ramo de extração e transporte de minerais, Rafael havia sido candidato
a vereador pelo PDT em 2016, ficando como primeiro suplente de sua coligação e
assumindo em seguida temporariamente a Subsecretaria de Obras de Seropédica.
Miguel era um
forte opositor do atual prefeito da cidade, Anabal (PDT), e usava suas
redes sociais para denunciar supostos abusos e irregularidades da
gestão. Sua última postagem foi neste sábado: "Governo contrata mas
não paga! Dezenas de chefes de família estão sem levar o sustento para casa,
pois o digníssimo gestor dessa zona chamada Prefeitura, não pagou aos humildes
funcionários!", escreveu ele. O ex-candidato também denunciava crimes da
milícia que atua em Seropédica, embora evitasse usar a palavra.
Na ocasião da
morte de "Rafael 39", Miguel fez um post em suas redes sociais:
"Deram fim de arquivo". No post, ele explicou que o atual governo
teria feito um acordo com Rafael para que "algum candidato eleito a
vereador da base do governo" fosse "nomeado a secretário, abrindo
assim uma vaga e fazendo com que Rafael deixasse de ser suplente para assumir o
mandato". No entanto, com o não cumprimento do acordo, Rafael acabou
nomeado temporariamente como subsecretário de Obras de Seropédica e "subordinado
a Pierre Alexandre (laranja do Waguinho e do Felipe)", o que o teria
deixado frustrado e o motivado a deixar o cargo. De acordo com o ex-candidato a
prefeito, o assassinato então teria ocorrido porque "Rafael era o arquivo
vivo de inúmeras coisas erradas dentro do governo".
Miguelzinho foi
candidato à prefeitura da cidade em 2016 pelo Partido da Mulher Brasileira
(PMB), terminando em terceiro lugar, com 7.65% dos votos. O vencedor foi
Anabal, do PDT.
No mesmo ano da
última eleição para a prefeitura da cidade, o então presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, demonstrou preocupação
com assassinatos envolvendo políticos e pré-candidatos às eleições da
Baixada Fluminense, conforme mostrou reportagem do O DIA. Na ocasião, o
ministro falou que é "preocupante a reiteração de crimes dessa natureza,
razão pela qual esses homicídios devem ser investigados".
A declaração do
ministro aconteceu no contexto de 14 assassinatos políticos em 9 meses, dentre
eles 12 por motivação política, segundo a Polícia Civil. A primeira daquela
série de assassinatos foi a do vereador Luciano DJ, também em Seropédica. Ele
seria vice na chapa de Miguel nas eleições do ano seguinte.
A Delegacia de
Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga o caso. Os agentes buscam
imagens de câmeras de segurança da região que possam ajudar na identificação
dos criminosos.
Ainda não há
informações sobre a data e local de enterro de Miguel.
Por O Dia
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