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Images/Divulgação Eduardo Bolsonaro e João Campos foram
eleitos; Danielle Cunha e Marco Antônio Cabral
foram barrados nas urnas
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Com sobrenomes
conhecidos entre os eleitores e a ambição de seguir os passos da família,
alguns dos principais "herdeiros" de políticos tiveram o destino
selado pelas urnas neste domingo.
Eduardo
Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, Renan Filho e João Campos, por exemplo, foram
eleitos em 1º lugar com votações expressivas. Já Danielle Cunha, Fernando James
Collor, Marcelo Crivella Filho e Marco Antônio Cabral não conseguiram se
eleger.
Enquanto isso,
ainda está indefinido o rumo de Helder Barbalho: filho de Jader Barbalho,
eleito neste domingo para um novo mandato no Senado, o candidato pelo MDB
concorrerá ao governo do Pará em segundo turno contra Márcio Miranda (DEM).
Helder foi o mais votado no Estado, com 48% dos votos válidos.
Filho de Jair
Bolsonaro (PSL), que acaba de se encaminhar na liderança ao segundo turno na
disputa pela presidência contra Fernando Haddad (PT), Eduardo Bolsonaro se
elegeu, também pelo PSL, como o deputado federal mais votado da história:
recebeu mais de 1,8 milhão de votos em São Paulo. O recorde anterior era de Enéas
Carneiro, eleito em 2002 com 1,5 milhão de votos.
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Também filho do
candidato à presidência, Flávio Bolsonaro (PSL) ficou em primeiro lugar na
disputa ao Senado pelo Rio de Janeiro: teve mais de 4,3 milhões de votos.
Ainda rumo ao
Congresso, foi eleito pelo Estado de Pernambuco a uma cadeira na Câmara dos
Deputados João Campos (PSB), filho do ex-governador Eduardo Campos, morto em um
desastre aéreo quando concorria à Presidência em 2014. Candidato de primeira
viagem, João foi o deputado federal mais votado em seu Estado, com mais de 460
mil votos válidos.
Já no
Executivo, foi reeleito no primeiro turno ao governo de Alagoas, com 77% dos
votos válidos (mais de 1 milhão), Renan Filho (MDB). Seu pai, Renan Calheiros,
foi reeleito a uma cadeira no Senado.
Derrotas no Rio
de Janeiro e em Alagoas
No grupo dos
herdeiros vitoriosos está ainda Irajá Abreu (PSD), filho da senadora Kátia
Abreu (PDT), recém-eleito como segundo senador mais votado no Tocantins, com
16,8% dos votos válidos. Sua mãe era vice na chapa de Ciro Gomes (PDT) à
presidência, que não conseguiu avançar para o segundo turno.
Em colocações
menos expressivas, mas eleitos para a Câmara dos Deputados, estão Clarissa
Garotinho (PROS-RJ) e Wladimir Garotinho (PRP-RJ), filhos do ex-governador do
Rio Anthony Garotinho, e Zeca Dirceu (PT-PR), filho de José Dirceu, ex-ministro
petista da Casa Civil.
Mas alguns dos
nomes mais famosos da política brasileira foram barrados na urna.
Foi o caso de
Danielle Cunha (MDB-RJ), filha do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo
Cunha. Danielle ficou em 116º lugar na corrida à Câmara dos Deputados pelo seu
Estado.
Concorrendo ao
mesmo cargo, mas pelo Alagoas, Fernando James Collor (PTC-AL) também ficou de
fora. O filho do ex-presidente Fernando Collor ficou em 16º lugar.
A corrida pela
Câmara deixou para trás também Marcelo Crivella Filho (PRB-RJ), filho do
prefeito do Rio, Marcelo Crivella, e Marco Antônio Cabral (MDB-RJ), filho do
ex-governador do Rio Sérgio Cabral. Na corrida por uma vaga de deputado federal
pelo Rio, eles ficaram, respectivamente, na 60º e 91º posição.
Sobrenomes:
capital ou obstáculo nas eleições?
Em setembro, a
BBC News Brasil escutou analistas sobre a perpetuação de famílias na política e
as chances de continuidade deste fenômeno nas eleições de 2018.
Eles indicaram
que, apesar de a rejeição à política tradicional ser uma marca da atualidade, a
estrutura que permeia as eleições tende a favorecer candidatos com vínculos
fortes na política. Para aqueles com parentes influentes, os benefícios são
particularmente três: um nome mais fácil de ser lembrado pelos eleitores, maior
abertura no acesso ao financiamento de campanha e controle da máquina
partidária nos redutos eleitorais.
"Da mesma
forma que para um parlamentar que já está no poder é mais fácil se reeleger,
quem tem um parente na estrutura de poder consegue se eleger mais
facilmente", afirmou à BBC News Brasil Juliana Sakai, diretora de
operações do Transparência Brasil. "Além do próprio nome, que torna a
pessoa mais conhecida do eleitorado, tem a questão de que o voto é totalmente
ligado ao financiamento da campanha."
Professor de
ciência política, Claudio Couto destacou, porém, que em todo o mundo a sucessão
de gerações na política é algo natural.
"Historicamente,
sobrenome sempre contou na política. Não há porque ser diferente nessas
eleições. É um fenômeno normal que não é exclusivo do Brasil. Veja-se o caso
das dinastias políticas nos Estados Unidos, como os Kennedy", lembrou
Couto, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
BBC News
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