Mais de 2 mil migrantes desistem de ir para os EUA e voltam para casa, diz autoridade hondurenha | Rio das Ostras Jornal

Mais de 2 mil migrantes desistem de ir para os EUA e voltam para casa, diz autoridade hondurenha

Cerca de quatro mil pessoas chegaram juntas à fronteira entre
Guatemala e México e tinham objetivo de chegar aos EUA
 Foto: Pedro Pardo / AFP

Vice-chanceler Nelly Jerez destacou que grupo recebeu auxílio na fronteira da Guatemala com o México e decidiu voltar para suas comunidades de origem.
Mais 2 mil cidadãos de Honduras que integravam a caravana de imigrantes que saiu no dia 13 de seu país com a intenção de chegar aos Estados Unidos decidiram retornar a seu país de maneira voluntária, informou neste domingo (21) a vice-chanceler hondurenha, Nelly Jerez.
"Até o momento, retornaram a Honduras mais de 2 mil compatriotas da Guatemala e da fronteira com o México, que foram auxiliados e atendidos em suas necessidades básicas, o que garantiu um retorno seguro e ordenado às suas comunidades de origem", destacou.
Além disso, Jerez afirmou que, nas próximas horas, será realizada a transferência de mais de 400 hondurenhos, que serão atendidos no Centro de Atendimento ao Migrante Retornado em Omoa.
Jerez indicou que devido à "mobilização irregular atípica", o governo hondurenho colocou à disposição de seus cidadãos o Centro de Atendimento Móvel em Agua Caliente, a passagem fronteiriça entre Honduras e Guatemala, que permanece fechada temporariamente desde ontem, depois que centenas de imigrantes atravessaram a divisa e seguiram rumo ao país vizinho.
Neste domingo, um pequeno grupo de imigrantes hondurenhos está tentando chegar a Agua Caliente, com a ideia de seguir para a Guatemala e depois para o México.
O Centro de Atendimento Móvel é uma "resposta imediata às necessidades" dos hondurenhos que decidiram retornar ao país de forma voluntária. Eles estão recebendo no local "assistência médica, alimentação, controle biométrico e transporte para os seus lugares de origem", detalhou a vice-chanceler hondurenha.
Os governos da Guatemala e Honduras chegaram a um acordo neste sábado para iniciar o plano de "retorno seguro" com o objetivo de que os milhares de imigrantes hondurenhos possam retornar a seu país.
Caravana
Milhares de imigrantes que começaram a travessia no dia 13retomaram neste domingo o caminho para os Estados Unidos depois de passarem pelos trâmites migratórios do México, cujo governo advertiu que irá deportar os que entrarem ilegalmente em seu território.
De acordo com fontes da Defesa Civil do México, mais de 3 mil imigrantes estão percorrendo os quase 40 quilômetros entre Ciudad Hidalgo e Tapachula, a segunda cidade mais importante do estado mexicano de Chiapas, onde anunciaram que passarão a noite.
O Ministério das Relações Exteriores do México informou que, até 19 de outubro, tinham chegado à fronteira sul do país cerca de 4.500 imigrantes centro-americanos, que receberam atenção constante e atendimento humanitário.
Exaustas e famintas, as pessoas que participam da caravana chegaram à fronteira depois de caminharem centenas de quilômetros na chuva e no calor, comendo e dormindo como podiam.
Os imigrantes, entre os quais idosos, crianças e mulheres grávidas, cruzaram a ponte sobre o rio Suchiate, que liga a Guatemala ao território mexicano, correndo, tomados pela euforia por terem finalmente deixado a Guatemala para trás.
Pouco mais de 2.200 imigrantes se mantêm na ponte fronteiriça entre Ciudad Hidalgo (México) e Tecún Umán (Guatemala). Segundo o Ministério de Relações Exteriores do México, os imigrantes estão recebendo água e atendimento médico e já foram informados sobre os trâmites pelos quais devem passar para entrar no país.
Tensão
O México está sob pressão do presidente americano, Donald Trump, que pediu pelo Twitter que o país freasse a caravana.
No tuíte, Trump ameaçou fechar a fronteira americana caso o pedido não fosse atendido. Também afirmou que interromperia a ajuda econômica a Honduras, El Salvador e Guatemala, "que parecem não ter praticamente nenhum controle sobre suas populações".
Na ponte, houve confusão e empurra-empurra com as forças de segurança. Os oficiais lançaram gás lacrimogênio. Os imigrantes, pedras. O caos tomou conta da situação por algum tempo. Houve pânico, e algumas pessoas entraram em colapso nervoso.
Após momentos de tensão, alguns conseguiram atravessar a fronteira, mas a maioria seguiu presa no bloqueio montado pelas autoridades.
No sábado, a multidão na ponte já havia se reduzido consideralmente, publicou o jornal americano The Washington Post, conforme o México aceitou a entrada de pequenos grupos em busca de asilo e deu a alguns permissão de entrada no país por um período de 45 dias.
Depois, os imigrantes foram levados para um local a céu aberto próximo da cidade de Tapachula, onde a Cruz Vermelha montou tendas.
Por Agencia EFE

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