Integrantes
de caravana da América Central pegam carona
em trator durante jornada até Mapastepec, no
México,
na
quarta-feira (24) — Foto: AP Photo/Rodrigo Abd
|
Grupo voltou
à estrada após tirar um dia para descansar e fazer vigília em homenagem a
participante que morreu em acidente. Apesar de pressão de Trump, intenção de
milhares é caminhar mais 1.700 km e alcançar a fronteira dos Estados Unidos.
Milhares de
imigrantes centro-americanos deixaram um cidade no sul do México antes do
amanhecer nesta quarta-feira (24), esperando vencer o sol forte e a pressão do
governo mexicano para impedir sua jornada para o norte.
Milhares de
homens, mulheres e crianças, a maioria deles de Honduras, saíram à pé da cidade
de Huixtla, no Estado de Chiapas, no sul do México, para continuar a dura e
lenta caminhada até a fronteira com os Estados Unidos, a mais de 1.700
quilômetros de distância.
A jornada
atraiu a ira do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que já ameaçou o corte de verbas de ajuda para a
América Central e usou o movimento para atrair apoio para seu
partido Republicano antes das eleições parlamentares de 6 de novembro.
Como uma caravana de migrantes rumo aos EUA
desafia Donald Trump e o governo do México
A caravana, que
começou como uma marcha de algumas centenas de pessoas a partir da cidade
hondurenha devastada pelo crime de San Pedro Sula no dia 13 de outubro, foi
inflada para milhares de pessoas ao receber imigrantes de El Salvador,
Nicarágua, Guatemala e continuou no México.
Autoridades
imigratórias mexicanas disseram aos migrantes que eles não poderão atravessar
ilegalmente para os Estados Unidos, mas cidadãos independentes ofereceram
suprimentos e caronas aos migrantes.
Em Huixtla,
moradores e grupos religiosos doaram roupas, e as autoridades locais
providenciaram vacinas, água e comida.
"O povo
mexicano nos deu muito mais do que esperávamos", disse a ativista migrante
Argelia Ramirez, uma das porta-vozes para a caravana que não tem uma liderança
definida.
Trump
repetidamente fez comentários que parecem ter como objetivo pressionar o México
a conter a caravana. Autoridades já tentaram caminhar sobre a linha tênue entre
responder às demandas de Washington para controlar as fronteiras e ao mesmo
respeitar os direitos dos migrantes.
O ministro do
Interior do México disse em um comunicado na terça-feira que cerca de 4.500
chegaram a Huixtla, cerca de 50 quilômetros ao norte da fronteira com a
Guatemala.
Ramirez disse
que mais de 11 mil pessoas se reuniram na cidade na terça-feira e na
quarta-feira se dirigiam para a cidade de Mapastepec, a 110 quilômetros de
distância. A Reuters não conseguiu verificar quantas pessoas estariam reunidas
em Huixtla.
Os migrantes
acamparam a céu aberto na noite de terça-feira, sob a chuva, com muitas pessoas
buscando abrigo sob marquises ou toldos de lojas, e tentando dormir cedo para
se preparar para a longa caminhada antes do amanhecer.
Dezenas se
levantaram para a luz de velas de uma vigília tarde da noite na praça da cidade
para homenagear em silêncio um companheiro que caiu de um caminhão e morreu no
trajeto de 40 quilômetros desde a cidade de Tapachula na segunda-feira.
Pelo menos dois
homens, ambos hondurenhos, morreram até agora nas estradas durante a jornada
dos migrantes para o norte, disseram as autoridades.
Um outro grupo
de pelo menos mil migrantes, a maioria deles também de Honduras, saíram devagar
a pé da cidade de Chiquimila, na Guatemala, segundo uma testemunha da Reuters.
A imprensa local colocou o número do grupo em até 2 mil pessoas.
Por Reuters
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