Meng
Hongwei, presidente da Interpol, em foto de 4
de julho de
2017 Foto: Roslan Rahman/AFP
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Meng
Hongwei, que também é vice-ministro chinês da Segurança Pública, passou mais de
10 dias desaparecido. Ele pediu demissão da instituição no domingo.
O ex-presidente
da Interpol e vice-ministro chinês da Segurança Pública, que passou mais de 10
dias desaparecido, foi acusado por Pequim nesta segunda-feira (8) de aceitar
subornos. No domingo, o governo chinês anunciou que o primeiro
presidente da chinês da Interpol era investigado.
"Meng
Hongwei aceitou suborno e é suspeito de ter violado a lei", afirma um
comunicado do Ministério da Segurança Pública, sem revelar detalhes sobre as
acusações ou sobre as condições e local de sua provável detenção.
No comunicado,
o Ministério da Segurança Pública da China afirma a
investigação "expressa claramente" a determinação do presidente Xi
Jinping em sua luta contra a corrupção.
"Demonstra que ninguém está acima da
lei, sem exceções. Quem viola a lei será seriamente investigado e severamente
castigado", completa o comunicado.
O governo não
apresentou mais detalhes sobre as acusações, nem explicou se ele é acusado de
ter recebido subornos por sua atuação na Interpol ou por suas funções
ministeriais.
O texto ainda
afirma que outros suspeitos de aceitar subornos ao lado de Meng, que foi
nomeado no fim de 2016, serão investigados.
Meng, 64 anos,
é o caso mais recente de alto funcionário chinês a cair pela campanha contra a
corrupção iniciada por Xi Jinping desde que chegou ao poder no fim 2012. A
campanha, popular na opinião pública, atingiu mais de 1,5 milhão de dirigentes
e muitos suspeitam que é utilizada para eliminar opositores internos na mira de
Xi.
Mas o caso de
Meng, que subiu no aparelho de segurança quando este era comandado por um rival
do presidente Xi, é inédito em uma grande instituição internacional.
O rival de Xi,
Zhou Yongkang, cumpre pena de prisão perpétua depois de ter sido condenado em
2015 por corrupção, abuso de poder e divulgação de "segredos de
Estado".
Saída da
Interpol
As autoridades francesas e a Interpol iniciaram
na sexta-feira (5) uma investigação por causa do desaparecimento de
Meng, que viajou da França para a China.
O primeiro presidente
chinês da Interpol foi visto pela última vez em 25 de setembro quando deixava
Lyon (França), sede da força internacional.
Ainda no dia
25, ele fez um último contato com a mulher Grace Meng. Meng enviou uma mensagem
dizendo: "Espere por minha ligação". Quatro minutos depois, ele
enviou a imagem de uma faca, como um sinal de que estaria correndo perigo, na
interpretação da mulher.
No domingo (7),
a Interpol recebeu uma mensagem em que ele renunciava ao cargo de presidente da
instituição. Ele será substituído
temporariamente pelo sul-coreano Kim Jong Yang, até que um novo
presidente efetivo seja escolhido numa reunião prevista para novembro.
A demissão
brutal do comandante da Interpol pode complicar os esforços da China para ter
uma representação maior em organismos internacionais. Porém, ela representa
também um revés para a organização de cooperação policial Interpol.
Interpol
A Interpol tem
entre suas atribuições procurar criminosos de vários países a partir de alertas
vermelhos. Atualmente, a instituição tem 192 países membros.
Meng Hongwei
foi eleito presidente da Interpol em 2016, em assembleia-geral da organização
em Bali, e seu mandato iria até 2020.
O comando da
Interpol é dividido em duas frentes pelo presidente e pelo secretário-geral,
Jürgen Stock. O secretário-geral cumpre expediente na sede, em Lyon, e
acompanha o dia a dia da Interpol e das políticas de cooperação internacional
em tempo integral.
Já o presidente
não precisa ter dedicação exclusiva à Interpol, por isso, Meng podia acumular o
cargo de vice-ministro de segurança pública do governo chinês.
Por G1
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