Bretas condena ex-secretário de Obras do Rio Alexandre Pinto a 23 anos de prisão | Rio das Ostras Jornal

Bretas condena ex-secretário de Obras do Rio Alexandre Pinto a 23 anos de prisão

Alexandre Pinto foi preso na Zona Oeste
 do Rio — Foto: Cristina Boeckel / G1

De acordo com magistrado, Pinto demonstrou 'desprezo pelas instituições públicas'. Gestor de obras da prefeitura durante a Copa e a Olimpíada recebeu propinas de R$ 500 mil, aponta decisão.
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal condenou na quinta-feira (11) Alexandre Pinto, ex-secretário municipal de Obras do Rio a 23 anos, cinco meses de prisão e dez dias de prisão.
De acordo com o magistrado em sua decisão, Alexandro Pinto, demonstrou "desprezo pelas instituições públicas" o que "denotam as dimensões alcançadas pela atuação da organização". O juiz considerou que o então secretário da Prefeitura do Rio, durante a gestão Eduardo Paes, frustrou os "interesses da sociedade prejudicando desastrosamente os cidadãos" – Paes, candidato ao governo do RJ pelo DEM, não é réu na ação.
Alexandre Pinto esteve à frente de grandes obras na gestão municipal como a lnha Transcarioca, do BRT, e a recuperação da Baía de Jacarepaguá. Ambas tocadas pela Carioca Christiani-Nielson Engenharia, que integrava os consórcios.
"Agido contra a moralidade e o patrimônio públicos, motivado por mera ganância e ambição desmedidas (motivação), a despeito da sua responsabilidade perante o atendimento das necessidades básicas dos cidadãos do Município do Rio de Janeiro, na seara de sua competência administrativa, no caso destes autos, praticando a lavagem de capitais obtidos ilicitamente em crimes de corrupção praticados no âmbito da Secretaria de Obras deste município", escreveu o juiz Bretas na sentença contra Alexadre Pinto.
O juiz Marcelo Bretas aceitou alegações do Ministério Público Federal e apontou na decisão como Alexandre Pinto tentou esconder o dinheiro obtido com o pagamento de propina:
  • Utilização das contas poupanças de sua mãe para recebimento de depósitos em dinheiro que somaram R$ 305.010,00
  • Aquisição por Alexandre Pinto de imóvel pelo valor de R$ 123 mil pagos com valores de origem ilícita em nome de um dos seus filhos e posterior transferência do bem para a pessoa jurídica Atlas Administração de Imóveis Próprios Ltda
  • Investimento feito pelo acusado com recursos de origem ilícita em nome do filho na aquisição de participação na SCP Rio Grande com aplicação de menos R$ 144,4 mil
  • Conversão dos lucros devidos em razão do investimento anterior na aquisição de 11 unidades imobiliárias no empreendimento Connect Life – Work-Trade, todas adquiridas em nome do filho
  • Transferência das 11 unidades imobiliárias citadas anteriormente para a Atlas Administração de Imóveis
  • Investimento feito com recursos do acusado em nome de outro filho na aquisição de participação na SCP Tindiba, com aplicação de, pelo menos, R$ 232,5 mil em propina
  • Aquisição de 8 unidades imobiliárias no empreendimento Live Office Business & Mall, todas adquiridas pelo acusado em nome de um dos filhos
  • Transferência das 8 unidades imobiliárias anteriormente citadas para a pessoa jurídica Atlas Administração
De acordo com as investigações e delações de executivos da Carioca, Alexandre Pinto recebeu da empreiteira propinas da ordem de R$ 500 mil.
No interrogatório realizado na 7ª Vara Federal Criminal, Alexandre Pinto admitiu que registrou imóveis em nome do filho sem que ele soubesse da transação.
Juiz Bretas: Então, o senhor comprou essa sala comercial em nome de Renan, seu filho?
Alexandre Pinto: Sim, senhor.
Bretas: Ele sabia que isso era produto de propina?
Alexandre: Não, ele não sabia.
Bretas: Por que o senhor não comprou essa sala em seu nome?
Alexandre: Na verdade o que fiz foi tentar fazer uma coisa de antecipação de herança, alguma coisa para meus filhos (...) porque a minha família de origem paterna tem uma grande pretensão de problemas cardiológicos (...).
Bretas: O rapaz não sabia...
Alexandre: Não, meu filho não.
Bretas: Foi comprado em dinheiro vivo?
Alexandre: Dinheiro vivo.
Bretas: E também de origem de propina sua na sua atividade na secretaria de obras?
Alexandre: Na secretaria de obras.”
Por Artur Guimarães, TV Globo

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