segunda-feira, setembro 24, 2018

Polícia cumpre novo mandado de prisão contra acusado de executar jovens em Maricá

Homem é acusado pela execução de cinco jovens em um condomínio
de Maricá — Foto: Facebook/Reprodução | Arquivo Pessoal

João Paulo Firmino já estava em um presídio e foi novamente citado na Operação Gerais, desencadeada nesta segunda-feira (24).
A polícia cumpriu nesta segunda-feira (24) mais um mandado de prisão contra João Paulo Firmino, acusado de ser o autor da chacina de cinco jovens em março de 2018 no Condomínio Carlos Marighella, em Itaipuaçu, em Maricá (RJ).
Ele já havia sido preso em abril e permanece na unidade prisional. João Paulo foi novamente citado nas investigações do Ministério Público do Estado do Rio de janeiro que desencadearam a Operação Gerais, que prendeu 18 pessoas nesta segunda em Maricá e em São Gonçalo.
De acordo com as investigações da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), os jovens mortos no condomínio do programa Minha Casa Minha Vida foram obrigados a deitar no chão para serem executados. Eles faziam parte de um grupo de dança em Itaipuaçu, de acordo com parentes.
"Mandaram deitar e atiraram nas cabeças. Foi execução. Não houve nem resistência nem tentativa de fuga. Todos os tiros partiram de uma arma só, pois havia projéteis de uma mesma arma deflagrados no local", disse a delegada Bárbara Lomba.
As vítimas foram Sávio de Oliveira, de 20 anos; Matheus Bittencourt, de 18; Marco Jhonata, de 17; Matheus Baraúna, de 16; e Patrick da Silva Diniz.
Milicianos são presos suspeitos de chacina em Maricá
João Paulo Firmino está preso desde abril
A Policia Civil e o MP-RJ buscam cumprir, ao todo, 24 mandados de prisão na Operação Gerais com o objetivo de desarticular milícias que atuam nas duas cidades da Região Metropolitana do Rio. A investigação apurou que a arrecadação mensal da organização criminosa girava em torno de R$ 100 mil por mês, podendo chegar a R$ 1,2 milhão ao ano.
Segundo as investigações, João Paulo Firmino faz parte da milícia liderada por Wainer, que também tinha entre seus integrantes Francisco Ribeiro Soares Junior, Vulgo Chicão; Luiz Carlos Pereira de Melo, vulgo Russo; e Lucas dos Santos Costa, vulgo Luquinha.
Durante a Operação Gerais, uma das equipes enfrentou intenso tiroteio em Itaboraí, onde há um braço armado de um dos núcleos paramilitares. Não há informações sobre feridos.
Estão na mira da força-tarefa três grupos distintos:
  1. O chefiado por Anderson Cabral Pereira, o Sassa, em Porto Velho, Porto Novo e Pontal, em São Gonçalo; Sassa já estava preso;
  2. O de Luis Claudio Freires da Silva, o Zado, em Engenho Pequeno e Zumbi, em São Gonçalo; Zado foi preso esta manhã.
  3. O comandado por Wainer Teixeira Júnior, em Itaipuaçu e Inoã, em Maricá. Wainer já estava preso.
Os criminosos são suspeitos de cometer dezenas de homicídios nas duas cidades, em disputas por território e na cobrança de serviços. A polícia também investiga se as quadrilhas contam com o apoio de PMs do 7º BPM (São Gonçalo).
Os grupos impõem segurança privada e controlam o transporte por van, pontos de televisão clandestina e a venda de botijões de gás de cozinha, além de obrigar a comercialização de cigarros clandestinos.
As investigações apontam que algumas ordens partem de dentro do Complexo Penitenciário de Bangu, mais precisamente da Cadeia Pública Bandeira Stampa, Bangu 9.
A operação é conduzida pela Divisão de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-RJ.
Polícia e MP realizam operação contra milícia na região metropolitana do Rio
Homicídios levaram à quadrilha
De acordo com a delegada Bárbara Lomba, titular da unidade, as investigações tiveram início em janeiro deste ano a partir de informações de inquéritos de homicídios na área de Neves, em São Gonçalo. A apuração levou os investigadores a Felipe Raoni da Silva, conhecido como Mineirinho, apontado como o autor dos crimes.
Com base em interceptações telefônicas autorizadas pela justiça, o núcleo de inteligência da especializada constatou que Mineirinho prestava serviço para dois dos grupos criminosos.
Os paramilitares ingressavam no território a partir do assassinatos de traficantes de drogas ou assaltantes e assumiam o domínio do local alegando que iriam trazer paz e tranquilidade a comerciantes e moradores.
Após assumirem o controle do território, o que chamavam de “ganho de chão”, os milicianos faziam o “aumento da folha" iniciando a cobrança de "taxa de segurança". Os valores eram cobrados de acordo com o tipo de negócio, podendo chegar até R$12 mil por estabelecimento.
Em alguns casos, os milicianos expulsavam familiares de rivais tomando os imóveis para a organização criminosa. Além das extorsões e a cobrança das "taxas de segurança" os criminosos exploravam ilegalmente os serviços de gás e TV a cabo.
Por G1 — Região dos Lagos

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