© VEJA.com Ex-governador
do Rio Sérgio Cabral, condenado na
Lava Jato e
preso no Complexo de Bangu: mansão vai a leilão
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O juiz Marcelo
Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, condenou o ex-governador Sérgio Cabral a
47 anos e quatro meses de prisão. Com esta última sentença, assinada hoje (11),
as penas somadas de Cabral já chegam a 169 anos de reclusão. Se não houver
mudanças e reduções em instâncias superiores, significa que o ex-governador
poderá ficar em regime fechado até quase 2046, quando terá cumprido um sexto
da pena, para poder ter direito à progressão de regime.
Segundo a
denúncia do Ministério Público Federal (MPF), a ação penal é um desdobramento
das Operações Calicute, Eficiência e Tolypeutes, que desbaratou a organização
criminosa que atuava no estado do Rio de Janeiro e que era comandada
pelo ex-governador Cabral. Os fatos vieram à tona com a colaboração premiada de
Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, executivos da empreiteira
Carioca Engenharia, o que permitiu identificar a prática de crimes em obras
realizadas com recursos federais, inclusive do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC), como Arco Metropolitano, PAC da Favelas e Linha 4 do Metrô.
Nesta última
decisão, Cabral foi condenado por crimes de corrupção passiva, que inclui
solicitação, aceitação de promessa e recebimento de vantagens indevidas. Bretas
justificou na sentença os motivos que o levaram a condenar novamente Cabral.
“Sérgio Cabral
mercantilizou de forma repugnante as funções públicas que lhe foram outorgadas
por meio de uma quantidade expressiva de votos pelos eleitores cariocas, que
foram traídos e abandonados à própria sorte em um estado em que a corrupção se
espraiou por todos os órgãos da administração estadual. Político experiente e
de alto padrão social, urdiu plano criminoso antes mesmo de vencer as eleições
para chefia do poder executivo estadual, e logo ao assumir o governo de estado,
pôs em prática um gigantesco esquema de corrupção, fraudes e outros delitos.
Aliciou e envolveu diversos servidores públicos, familiares e empresários na
prática de um sem-número de crimes em prejuízo dos cidadãos cariocas”, escreveu
Bretas.
Também foram
condenados: Wilson Carlos, a 21 anos de prisão; Luiz Carlos Bezerra, a cinco
anos; Hudson Braga a dez anos; Heitor Lopes de Souza Júnior, a dez anos; Luiz
Carlos Velloso, a 17 anos, mas teve a penas suspensa, por ser réu colaborador e
já estar condenado a 12 anos; Wagner Jordão Garcia, a quatro anos; e José
Orlando Rabelo, a quatro anos e um mês.
O advogado
Rodrigo Roca, que defende Cabral, se pronunciou em nota: “As sentenças da 7ª
Vara Federal em face do ex-governador já não chocam apenas pelas condenações em
série, mas por sua inusitada matemática e disparidade de critérios com relação
a outras condenações em processos idênticos”. A defesa irá recorrer da
sentença.
Vladimir
Platonow - Repórter da Agência Brasil
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