Candidato à
presidência Jair Bolsonaro (PSL) é atendido em hospital
de Juiz de Fora após ser esfaqueado (Foto:
Arquivo pessoal/G1)
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Candidato do
PSL à presidência levou uma facada em ato de campanha em Juiz de Fora (MG).
O candidato à
presidência Jair
Bolsonaro (PSL) foi ferido com uma facada na tarde desta
quinta-feira (6) na cidade de Juiz de Fora (MG). De acordo com cirurgião
especializado ouvido pelo G1, esse tipo de lesão é grave, mas
a recuperação dependerá de como o corpo irá reagir no pós-operatório. Ele pode
ficar até 3 meses com uma bolsa externa ligada ao intestino – entenda
os motivos abaixo.
O quadro de
Bolsonaro:
- A lesão no fígado foi descartada após laparotomia
exploradora – quando os médicos abrem a barriga para checar quais foram os
órgãos afetados;
- O candidato teve um choque hipovolêmico - quando há
perda severa de sangue. Após o procedimento médico, o sangramento foi controlado.
- Ocorreu uma lesão de uma veia na região do abdômen,
controlada pelos médicos;
- Ocorreu uma lesão transfixante (perfuração) grave
no intestino grosso, com importante contaminação fecal, que foi resolvida
pelos médicos (fechada);
- Ocorreram três lesões no intestino delgado, que
também foram suturadas pelos médicos;
- Ele fez uma colostomia temporária para evitar uma
infecção no intestino grosso.
Colostomia:
entenda o procedimento que passou Bolsonaro
(Foto: Igor Estrella e Alexandre Mauro/G1)
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Equipe médica
explica detalhes sobre estado de saúde de Jair Bolsonaro
De acordo com o
médico Luiz Henrique Borsato, da equipe que atendeu Jair Bolsonaro na Santa
Casa de Juiz de Fora, o
candidato não deverá ter alta hospitalar antes de "uma semana ou 10
dias".
"Foi feita
a abertura da barriga (laparotomia exploradora), mas como tinha muito sangue, a
primeira ideia era que poderia ser uma lesão do fígado, que é um órgão que
sangra muito. Mas foi uma lesão de uma veia no abdômen", disse o cirurgião
Flávio Quilici, presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia.
Quilici explica
que a lesão do intestino grosso é a que precisa de mais atenção. Como é por ali
que acontece a passagem das fezes, é necessário fazer um desvio para que não
ocorra uma infecção quando passar pelos pontos.
"O
problema é que a lesão do cólon (intestino grosso), como perfurou e tem fezes
na região, pode contaminar a barriga. Isso obriga, para garantir a segurança do
paciente, a fazer um desvio das fezes", explica.
"O local
onde ocorreu a lesão foi muito agredido e extravazou uma quantidade grande de
fezes para a cavidade abdominal, acarretando uma contaminação. Aquela área não
poderia ser recuperada e foi retirada".
A colostomia é
um procedimento que encaminha as fezes e os gases do intestino grosso para uma
bolsa fora do corpo, na região abdominal. A ideia é evitar a passagem das fezes
pelos ferimentos, o que poderia causar uma infecção no local da perfuração e/ou
uma reabertura das feridas.
O paciente
poderá ficar alguns meses com a bolsa. Neste caso, não é um procedimento
permanente.
"É
grave. Foi atendido rapidamente e foi operado rapidamente. Os riscos que ele
passa a correr são os de a veia voltar abrir, além das infecções", disse
Quilici.
Segundo
Quilici, a colostomia temporária irá trazer limitações para o candidato antes
das eleições. "Isso vai interferir e muito em como ele vai se movimentar
na campanha. Ele estará hospitalizado, depois tem um tempo de recuperação, e
precisa estar sempre cuidando do líquido que sai para a bolsa".
Por Carolina Dantas, G1
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