Carteiras
vazias vistas em sala de aula no primeiro dia do ano
letivo em
Caucagua, na Venezuela, na segunda-feira (17)
Foto: Reuters/Marco Bello
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Pais têm
dificuldades para comprar materiais escolares ou fornecer comida suficiente
para crianças. Em escola com 65 alunos matriculados na região rural de
Caucagua, apenas três foram à escola na segunda-feira.
O ano letivo da
Venezuela começou nesta segunda-feira (17) com poucos estudantes chegando às
salas de aula, em meio a uma debilitante crise econômica que tem deixado muitas
famílias sem condições de comprar materiais ou fornecer comida suficiente para
que as crianças foquem nas tarefas escolares.
O país membro
da Opep sofre por preços baixos do petróleo e por um desmoronamento do sistema
econômico socialista, deixando milhões lutando para comer e centenas de
milhares migrando para países vizinhos em busca de condições melhores.
Embora as aulas
frequentemente demorem semanas para entrar em ritmo total, professores disseram
que o índice de ausentes é significativamente mais notável neste ano.
Na pobre região
rural de Caucagua, a cerca de 75 quilômetros de Caracas, somente três alunos
haviam chegado à Unidade Educacional Miguel Acevedo, uma escola pública
primária que tem 65 alunos registrados, de acordo com a diretora Nereida Veliz.
A performance
da escola “está bem baixa porque crianças não estão vindo às aulas”, disse
Veliz na pequena escola, que está sem energia elétrica e onde a água corrente
só funciona três dias na semana. Alunos geralmente vão à escola para receber
refeições fornecidas pelo Estado.
“Eles não comem
em casa, eles comem aqui”, disse.
O Ministério da
Educação não respondeu um pedido de comentário.
O ministro da
Educação, Aristobulo Istúriz, disse na sexta-feira que aulas iriam começar
nesta semana para 7,6 milhões de alunos em 30 mil escolas no país, um número
que inclui 5 mil escolas particulares.
O colapso
hiperinflacionário da Venezuela deixou lápis, livros e uniformes fora do
alcance do cidadão médio.
Uma queda
acentuada nos transportes públicos se tornou uma limitação para atividades que
variam de entrega de produtos a transporte escolar de crianças.
“Fiz um grande
esforço para trazer meu filho à escola. Parte desse uniforme é do ano passado e
das coisas de seu irmão”, disse Omaira Bracho, de 50 anos, na cidade costeira
de Punto Fijo, no Estado de Falcon. “Encontrei sapatos em promoção. A coisa
mais difícil são os materiais escolares”.
O presidente
Nicolás Maduro diz que o país é vítima de uma “guerra econômica” liderada por
adversários políticos apoiados pelos Estados Unidos.
Por Reuters
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