Vídeo mostra
o chef Salt Bae com Nicolás Maduro
Foto: Reprodução/Instagram/Nusr_et
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Opulência
exibida por presidente venezuelano contrasta com penúria enfrentada por seus conterrâneos.
Dois terços dos
venezuelanos perderam em média 11 quilos no último ano, e a carne sumiu dos
mercados, apesar do pacote econômico lançado recentemente pelo governo. Mas, em
poucos minutos, a imagem do presidente Nicolás Maduro fartando-se com um churrasco
servido pelo chef-celebridade Nusred Gokce em Istambul desmontou a sua tese,
repetida exaustivamente em centenas de horas de discursos, de que o
imperialismo norte-americano é principal o responsável pela penúria no país.
Com 16 milhões
de seguidores no Instagram, o chef deletou o vídeo em que Maduro exibia seus
hábitos opulentos, alternando o banquete com baforadas do melhor charuto
cubano, retirado de uma caixa personalizada. Era tarde demais para conter a ira
dos venezuelanos
A refeição
nababesca de Maduro está na contramão da escassez de alimentos e remédios, que
põe 87% da população na linha da pobreza, segundo pesquisa realizada por três
universidades do país.
Com a maior
reserva de petróleo do mundo, a Venezuela parou de produzir notícias boas e
também índices oficiais. É um país em colapso, que oscila entre hiperinflação,
desabastecimento e perseguição de opositores. No mês passado, o governo criou
uma nova moeda, aumentou 35 vezes o salário mínimo e anunciou o corte de
subsídios da gasolina. Mas as medidas se mostram ineficazes para reverter o
cenário de ruína.
Consumidores
examinam carne estragada, misturada à carne fresca,
oferecida em Mercado em Maracaibo, na
Venezuela, no dia 19 de
agosto —
Foto: AP Photo/Fernando Llano
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Num retrato
estarrecedor da degradação do sistema de saúde, repórteres do “New York Times”
testemunharam, num só dia, a morte de sete bebês. O relatório anual da revista
científica "Lancet" revelou crescimento de 65% na mortalidade
materna, de 30% na mortalidade infantil e surtos de doenças já erradicadas,
como malária e sarampo.
Mais de 2,3
milhões fugiram desta realidade, em êxodo que a ONU compara ao fluxo de
refugiados no Mediterrâneo em seu momento mais crítico. Sem opção, os que ficam
fazem fila
para comprar a carne estragada por frequentes apagões elétricos. Por
isso, o banquete turco de Maduro provoca tanta indigestão em seus conterrâneos
e deixa às claras o imperialismo chavista.
Por Sandra Cohen, G1
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