O trem
movido a hidrogênio em seu primeiro dia de
operação na
Baixa Saxônia — Foto: Patrik Stollarz/AFP
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Primeiro do
mundo a entrar em operação, "trem do futuro" fará trajeto regular de
100 quilômetros no norte do país. Uma alternativa para ajudar o país em sua
ambiciosa meta climática.
Começaram a
circular na segunda-feira (17) na Alemanha os primeiros trens movidos a
hidrogênio. As duas composições farão um trajeto de 100 quilômetros entre as
cidades de Cuxhaven, Bremerhaven, Bremervoerde e Buxtehude, no norte do país.
"O
primeiro trem de hidrogênio do mundo está entrando em serviço comercial e
pronto para produção em série", disse o presidente da fabricante Alstom,
Henri Poupart-Lafarge, na cerimônia de inauguração.
A cerimônia foi
em Bremervoerde, a estação onde os dois trens da fabricante francesa serão
reabastecidos com hidrogênio. Até agora, o trecho, não eletrificado, era
atendido por trens a diesel.
A Alstom aposta
na nova tecnologia como uma alternativa mais ecológica e silenciosa para o
transporte ferroviário, e tem planos de entregar outros 14 trens de emissão
zero até 2021 à operadora ferroviária local LNVG, do estado da Baixa Saxônia.
Os trens de
hidrogênio são equipados com células de combustível que produzem eletricidade
por meio de uma combinação de hidrogênio e oxigênio, um processo que tem como
únicas emissões vapor e água.
Com metas
climáticas ambiciosas, a Alemanha pretende reduzir suas emissões de CO2 em 40%
até 2020 em comparação com os níveis de 1990, e se comprometeu a usar 80% de
energia renovável em seu abastecimento elétrico até 2050.
O trem
azul-claro da Alstom foi apresentado pela primeira vez ao mundo na feira da
indústria ferroviária Innotrans em 2016 e apelidado pela empresa como o
"trem do futuro". Ele pode rodar por cerca de mil quilômetros com um
único tanque de hidrogênio, que é semelhante à capacidade dos trens a diesel.
No cerne do
sistema iLint está uma célula de combustível situada no topo do trem. O
hidrogênio é fornecido à célula e então combinado com o oxigênio retirado do ar
do ambiente em seu interior. Os dois produtos dessa reação química são a
eletricidade, que é usada para alimentar uma tração elétrica que controla os
movimentos do trem; e a água, que é emitida na forma de vapor.
Toda a energia
elétrica que não é usada imediatamente para a tração pode ser armazenada em
baterias de íons de lítio na parte de baixo do trem. Um conversor auxiliar
também é usado para adaptar a energia para várias aplicações a bordo, como ar
condicionado, sistemas de portas e mostradores de informações aos passageiros.
Além de um
produto limpo, as principais vantagens do iLint são seu gerenciamento de
energia inteligente e armazenamento de energia flexível. A energia elétrica é
fornecida sob demanda, o que significa que a célula de combustível só precisa
trabalhar a todo vapor quando o trem permanece em estado de aceleração por períodos
prolongados. Quando ele freia, as células de combustível são desligadas quase
que completamente, economizando no consumo de hidrogênio.
Segundo a LNVG,
operadora de trens local, os 14 trens que comprados da Alstom custaram cerca de
81 milhões de euros, o que é mais do que seria gasto com o mesmo número de
trens convencionais a diesel. Mas Stefan Schrank, gerente do projeto na Alstom,
diz que o investimento vale a pena.
"Claro,
comprar um trem de hidrogênio é um pouco mais caro do que um trem a diesel, mas
é mais barato de operar", afirmou.
No entanto,
ainda há a questão de como os trens serão reabastecidos e de onde virá o
hidrogênio a longo prazo. Durante a fase inicial, a Alstom fornecerá o
hidrogênio a partir de emissões industriais.
Por Deutsche Welle
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