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REUTERS/Adriano Machado 'Tentamos chegar ao
poder pelo voto', diz Bolsonaro com vice
militar
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Sob o lema
"Brasil acima de tudo, Deus acima de todos", o capitão reformado Jair
Bolsonaro (PSL), 64, e o general da reserva Antonio Hamilton Mourão (PRTB), 46,
selaram a chapa verde-oliva destas eleições, como candidatos a presidente e
vice do Brasil.
Após uma
procura pelo vice que envolveu outro general (Augusto Heleno), um pastor (o
senador Magno Malto), uma das autoras do impeachment de Dilma Rousseff (Janaina
Paschoal) e até um príncipe (Luiz Philippe de Orleans e Bragança), a parceria
entre os dois egressos do Exército foi fechada neste domingo (5), na convenção
nacional do PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro).
Presidente da
legenda, Levy Fidelix abdicou da candidatura ao Planalto e tentará, agora, a
Câmara dos Deputados. Definiu a dobradinha Bolsonaro-Mourão como o
"momento mais feliz" da sua vida. PRTB e PSL têm, juntos, 8 segundos
em cada bloco de 12 minutos e 30 segundos do horário eleitoral e uma inserção a
cada três dias.
"Agora
nós, eu e ele, estamos tentando pelo voto chegar ao poder. Nada mais
cristalino, democrático do que isso", disse Bolsonaro a jornalistas ao ser
questionado sobre declarações pró-intervenção militar que Mourão deu em 2017,
durante palestra promovida pela maçonaria em Brasília.
Disse o general
naquela ocasião: seus "companheiros do Alto Comando do Exército"
entendem que uma "intervenção militar" poderá ser adotada se o
Judiciário "não solucionar o problema político", em referência à
corrupção de políticos.
"Não fui
feliz na forma como eu respondi", reconhece o general agora. Provocado
pela plateia, apenas afirmou na época, segundo ele, que "se o caos vai ser
instalado, a lei vai ser desrespeitada - e democracias de massa como a nossa só
se sustentam pelo primado da lei, se não houver o primado da lei é a barbárie
-, então compete às Forças Armadas [intervir]. Mas felizmente tudo está
caminhando e marchando da forma como a gente acha que tem que ser".
Tanto Mourão
quanto Bolsonaro tentam remediar a simpatia que lhes é impingida de saudosistas
dos tempos de ditadura militar. No mês passado, em entrevista ao jornal
O Estado de S. Paulo, o general disse enxergar "certo radicalismo nas
ideias, um radicalismo até meio boçal" entre os seguidores do companheiro
de chapa.Tudo bem, disse Bolsonaro. "O general tem a sua maneira de
se expressar. Toda crítica que vem de qualquer um procuro assimilar para
porventura corrigir.
Seu vice
afirmou agora que não foi bem o que quis dizer. "Eu fui mal interpretado
naquilo ali. O que eu disse é o seguinte, todo radicalismo é ruim, os
brasileiros têm que estar unidos."
A convenção foi
aberta com o Hino Nacional e uma oração ecumênica feita por um pastor
evangélico, que celebrou: "Deus tem algo novo para o Brasil".
No auditório de
um clube em São Paulo, para uma militância vestida com camisas verde-amarelas
distribuídas, Mourão disse aceitar o posto com "espírito de cumprimento de
missão e de dever". O quer quer: "Uma verdadeira democracia onde
todos ascendam pelos próprios méritos, e não por esmolas".Depois, à
imprensa, disse não desejar manter o Bolsa Família para sempre. "Não
podemos manter parcela significativa da população brasileira recebendo doações
do governo."
Em seu
discurso, Bolsonaro exaltou um Brasil que pertence "a todos nós, cidadãos
de bem, que respeitam a família, sonham com o futuro e que querem afastar o
comunismo".
"No
momento deixo de ser capitão e o general deixa de ser general",
disse. "Passamos a ser soldados do nosso Brasil."Finda a convenção,
Bolsonaro disse à repórter da Folha de S.Paulo que queria lhe pedir desculpas
"pelo incidente" em Angra dos Reis, cometido num momento "de
destempero". Falava, na verdade, de outra jornalista do jornal, Camila
Mattoso, que lhe entrevistou em janeiro sobre o auxílio-moradia que
recebe, mesmo tendo imóvel próprio em Brasília. Questionado sobre se usou
o dinheiro do benefício para comprar seu apartamento, o deputado respondeu
então: "Como eu estava solteiro naquela época, esse dinheiro de auxílio
moradia eu usava pra comer gente".
Com informações
da Folhapress.
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