Sun
Wenguang, professor aposentado e crítica do regime
comunista
chinês, em imagem de arquivo (Foto: Tania Lee/AFP)
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Sun
Wenguang, militante dos direitos civis na China, falava ao telefone com canal
de TV financiado pelo governo americano.
Um conhecido
intelectual chinês, crítico do regime comunista, foi interrompido durante uma
entrevista ao vivo a um canal de tv americano e levado por forças de segurança.
Sun Wenguang,
professor universitário aposentado e um dos mais antigos militantes dos
direitos civis na China, dava uma entrevista por telefone ao canal
de televisão em mandarim da rede Voice of America (VOA), financiado pelo
governo americano, quando as autoridades invadiram seu domicílio em Jinan, no
leste da China.
"A polícia
voltou para me obrigar ao silêncio!", gritou Sun, informando que 8 membros
das forças armadas se encontravam em sua casa, segundo a gravação de áudio
divulgada.
A agência
France Presse ligou para seu celular e seu telefone fixo, mas as ligações não
foram atendidas. Tampouco as autoridades de Jinan responderam a perguntas.
Segundo a VOA, fontes de segurança afirmam que ele está em um hotel militar.
"O canal
VOA acompanha atentamente a situação, e transmitirá notícias ao público quando
for possível", indicou a porta-voz da rede americana, Bridget Serchak.
Repressão
Este incidente
é uma demonstração do endurecimento, nos últimos cinco anos da chegada ao poder
do presidente Xi Jinping, da repressão contra os militantes dos direitos civis
e as vozes dissidentes do poder central.
Sun Wenguang
redigiu no mês passado uma carta aberta a Xi Jinping na qual criticava a
"diplomacia do carnê e do cheque" de Pequim na África.
"Ouçam o
que eu digo. É algo errado?", questionou Sun aos policiais que o retiravam
de casa. "A gente é pobre (na China). Não joguemos nosso dinheiro na
África, isso não ajuda nossa sociedade", tentou explicar.
Vigiado
Em 2008, ele
assinou um manifesto pedindo eleições livres, um texto que levou o
universitário Liu Xiaobo para a prisão, antes de receber o Prêmio Nobel da Paz
e falecer preso.
Sun é vigiado
de perto pelas autoridades. Em 2009, Sun foi agredido violentamente ao forçar
um cordão de isolamento de guardas armados diante de sua casa, quando tentava
ir ao aniversário da morte de Zhao Ziyang, um dirigente reformista,
marginalizado pelo Partido Comunista por opor-se, em 1989, à violenta repressão
dos manifestantes de Tiananmen.
Por France Presse
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