Fuzil capaz de derrubar avião e usado por traficante em vídeo custa mais de R$ 50 mil, segundo polícia | Rio das Ostras Jornal

Fuzil capaz de derrubar avião e usado por traficante em vídeo custa mais de R$ 50 mil, segundo polícia

Fuzis calibre .50, que supostamente estão no Complexo do
Alemão. Um deles pode ser o mesmo de vídeo divulgado
em redes sociais na virada de 2017 para 2018
(Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Roubos a carro forte em São Paulo e Nordeste já aconteceram com a arma, de acordo com delegacia especializada.
Fuzis calibre .50, que supostamente estão no Complexo do Alemão. Um deles pode ser o mesmo de vídeo divulgado em redes sociais na virada de 2017 para 2018 (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
O fuzil calibre .50, capaz de derrubar uma aeronave e usado por um traficante num vídeo gravado no réveillon no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, tem preço estimado no "mercado negro" de R$ 50 mil, de acordo com investigações da Polícia Civil.
Nesta quinta-feira (4), representantes da Delegacia Especializada em Armas e Explosivos (Desarme) deram detalhes técnicos sobre a arma, que é de uso exclusivo das Forças Armadas.
Os agentes informaram que o fuzil tem capacidade de atingir um alvo com precisão a 1,8 km e tem "altíssimo" poder de destruição. A arma que aparece no vídeo sendo empunhada manuseada pelo trafican pode ser a mesma que aparece em uma foto ao lado de outro fuzil do mesmo calibre, também no Complexo do Alemão.
"Existe a chance de ser o mesmo, estamos investigando. O fuzil .50 se caracteriza por ser uma arma antimaterial, o que significa que ela é para ser utilizada contra alvos barricados, edificações, veículos, aeronaves. Não é geralmente utilizado contra alvos humanos", explicou o delegado assistente André Leiras.
Entre 2015 e 2017, foram apreendidos dois fuzis deste tipo: "Apenas um estava em condições de atirar, o outro estava com um problema técnico", afirmou Leiras. Nos Estados Unidos, a arma pode ser comprada por U$ 2,25 mil.
A polícia investiga a rota para a chegada dos fuzis, e também quem encomendou as armas. Em outros estados, o uso do armamento pesado para cometer crimes já é uma realidade.
"Em São Paulo temos notícia de que essa arma foi utilizada para roubos a carro forte, e no Nordeste também", explicou o delegado. Segundo ele, porém, ainda não há registros de que o armamento tenha sido utilizado para cometer crimes no Rio de Janeiro.
O RJTV mostrou que, de acordo com as investigações, o fuzil chegou às mãos dos traficantes por meio de Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, um dos maiores fornecedores de armas para as favelas do Rio, preso em dezembro, no Paraguai.
Marcelo levava uma vida de luxo no país vizinho, financiada pela venda de armas. "A prisão dele é um baque muito grande para esses traficantes", comentou Leiras.
Traficante faz disparos com arma .50 no Complexo do Alemão
Informações técnicas
A polícia investiga se o fuzil mostrado no vídeo é um modelo americano SHTF50, com peso estimado entre 7 e 8 kg. O armamento, segundo policiais ouvidos pelo G1, pode atingir um alvo com precisão a 1,8 km, e tem alcance de até 7 km.
As munições mais utilizadas para esses fuzis são a munição traçante, explosiva, incendiária, a perfurante. A mostrada no vídeo no Complexo do Alemão é do tipo traçante, que traça uma trajetória luminosa no escuro. ​
O fuzil .50 é uma arma de repetição (um tiro por vez), de um calibre criado originalmente para metralhadora. Um fuzil deste tipo possui cinco a dez tiros por carregador.
Segundo a polícia, a arma mostrada em vídeo pode disparar até cinco projéteis. O homem que dispara utiliza um fone de ouvido, para abafar o barulho.
Há indícios de que ações criminosas no Paraguai, como a morte do traficante Jorge Rafaat e o assalto a transportadora de valores cometido por brasileiros tenham tido a utilização de armas calibre .50: a primeira com metralhadora e a segunda com um fuzil.
"O calibre foi criado para ser utilizado com uma metralhadora, e não com um fuzil. Seria primeiramente para fazer saturação de área, a média e longa distância, como faz uma metralhadora. Com um fuzil, mira-se em pontos específicos", explicou Leiras.

Por Henrique Coelho, G1 Rio
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