Foto que
ficou conhecida como 'Farra dos Guardanapos'
em um
restaurante em Paris (Foto: Reprodução/TV Globo)
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Ex-governador
agora soma 19 denúncias da Lava Jato. Ex-assessor Luiz Carlos Bezerra e ex-secretário
de Governo Wilson Carlos também foram denunciados.
O Ministério
Público Federal enviou na terça-feira (19) ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara
Federal Criminal, mais duas denúncias da força-tarefa da Lava Jato no Rio. Em
ambas, foram denunciados o ex-governador do Rio Sérgio Cabral e Luiz Carlos
Bezerra, seu ex-assessor.
Entre os
denunciados há ainda o Régis Fichtner, ex-chefe da Casa Civil do Governo do
Rio; o empresário George Sadala e Luiz Carlos Bezerra, ex-assessor de Sérgio
Cabral.
Em uma das
denúncias enviadas pelo MPF ao juiz Bretas estão relacionados:
- Sérgio Cabral, ex-governador do Rio - corrupção
passiva e ativa
- Régis Fichtner, ex-chefe da Casa Civil - corrupção
ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro.
- Luiz Carlos Bezerra, assessor de Sérgio Cabral -
corrupção passiva e ativa
O juiz Bretas
recebeu ainda uma segunda denúncia do MPF que envolve os seguintes acusados:
- Sérgio Cabral - Corrupção ativa,
- Wilson Carlos da Silva Carvalho, ex-secretário de
Governo - corrupção ativa
- Luiz Carlos Bezerra, ex-assessor de Cabral -
corrupção passiva
- George Sadala, empresário - corrupção ativa,
passiva e lavagem de dinheiro
Em cada uma das
denúncias, os procuradores detalham a atuação dos integrantes do grupo ligado
ao ex-governador Sérgio Cabral. De acordo com eles, Régis Fichtner obteve, por
pelo menos 20 vezes, vantagem indevida quando era chefe da Casa Civil. Entre
janeiro de 2007 e abril de 2014, segundo o MPF, ele recebeu R$ 1,5 bilhão de
propinas.
Cabral também
foi denunciado por solicitar e receber "vantagem indevida” de Fichtner.
Bezerra, segundo os investigadores, intermediou esses pagamentos.
O MPF requereu
à Justiça Federal a devolução de, no mínimo, R$ 1,56 bilhão, como reparação de
danos materiais, além de R$ 3,12 bilhões por danos morais.
Fim da
'farra dos guardanapos'
As denúncias foram
feitas com base na Operação C’est
Fini, que levou Fichter e Sadala à cadeia. O nome da operação (do
francês, "está acabado") seria uma alusão ao fim da Farra dos Guardanapos, como ficou
conhecido um jantar em Paris do qual participaram ex-secretários do Rio,
empresários e o ex-governador Cabral. Em fotos tiradas durante o jantar, os
integrantes do grupo usavam guardanapos na cabeça.
Georges Sadala
é um dos empresários que aparece nas fotos. Ele era sócio de empresas que
administrava o serviço Rio Poupa Tempo e representava um banco que fazia
empréstimos consignados para servidores públicos. Sadala é conhecido por ser
uma pessoa muito leal ao ex-governador Cabral, de acordo com os procuradores.
Na denúncia
contra o empresário, o MPF diz que ele ofereceu e prometeu vantagem indevida a
Cabral e Wilson Carlos para obter benefícios a suas empresas por, pelo menos,
sete vezes.
O MPF também
acusa o empresário de integrar a organização criminosa "que tinha por
finalidade a prática de crimes de corrupção ativa e passiva, fraude às
licitações e cartel".
Preso desde
novembro de 2016, Sérgio Cabral foi denunciado por 19 vezes pelo Ministério
Público Federal.
O que dizem
os citados
A defesa de
Régis Fichtner reafirmou que todas as acusações são falsas. Em nota, foi comunicado
que os advogados do empresário vão se manifestar quando tiverem acesso ao
conteúdo da denúncia.
A defesa de
Luiz Carlos Bezerra declarou que as acusações são "mais do mesmo" e
que todos os processes se referem aos atos de corrupção praticados por Cabral
no exercício do mandato e, ainda, que todas as denúncias deveriam ser reunidas
numa só.
Já a defesa de
Wilson Carlos informou que está estudando a denúncia e que, por enquanto, não
vai se manifestar. A equipe de reportagem está tentando entrar em contato com
os advogados de Sérgio Cabral e dos outros citados.
Por G1 Rio, GloboNews e TV Globo
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