Anthony
Garotinho deixa a cadeia no Rio de Janeiro
Reprodução TV Globo
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Ex-governador
não usará tornozeleira, mas está impedido de deixar o país. Presidente do PR
também saiu da cadeia; os dois foram beneficiados por decisão de Gilmar Mendes.
O ex-governador
do Rio de Janeiro Anthony Garotinho saiu do Complexo Penitenciário de Gericinó,
em Bangu, na Zona Oeste, às 20h30 desta quinta-feira (21). Ele foi beneficiado
por uma decisão do ministro Gilmar
Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Um grupo de
cerca de 20 pessoas, incluindo a filha dele, Clarissa Garotinho (PRB), fez
festa na porta do presídio. Após cumprimentos, beijos e abraços, ele conversou
com jornalistas. "Nada vai mudar as minhas convicções", disse ele.
Anthony
Garotinho e a mulher, a também ex-governadora Rosinha Matheus, foram presos no
mês passado por crimes eleitorais em uma ação da Polícia Federal. Os dois negam
as acusações.
Rosinha já
respondia em liberdade. Garotinho agora também responderá o processo em casa.
Não precisará usar tornozeleira eletrônica, mas está impedido de deixar o país
– precisou entregar o passaporte à Justiça.
Presidente
do PR solto
Gilmar Mendes
também mandou soltar o ex-ministro dos Transportes e presidente do PR, Antônio
Carlos Rodrigues. Alvo da mesma operação que Garotinho, ele chegou a ficar uma
semana foragido, se entregou à Polícia Federal, e estava em Benfica. Na noite
desta quinta, ele deixou o presídio sem falar com jornalistas.
Antonio Carlos
é suspeito de negociar com o frigorífico JBS a doação de dinheiro oriundo de
propina para a campanha do ex-governador em 2014.
Polêmicas na
prisão
Garotinho foi
preso inicialmente na Cadeia Pública José Frederico Marques, mas saiu de lá
após denunciar uma suposta
agressão. No mesmo local está preso o ex-governador Sérgio Cabral e
os deputados estaduais Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi. Todos são
adversários políticos de Anthony Garotinho.
Ele prestou
queixa em uma delegacia do Rio e foi transferido para o presídio de Bangu 8, na
Zona Oeste da cidade. Em depoimento, ele contou que adormeceu e foi despertado
por um homem de 1,70m, branco, alourado, de calça jeans, sapato e blusa azul
claro, com um bastão parecido com um taco de beisebol.
Segundo
Garotinho, o homem teria dito: “Você gosta muito de falar, não é?”. Ele relatou
que logo depois, levou um golpe com o bastão no joelho.
O ex-governador
contou, ainda, que o homem puxou uma pistola e disse: "Eu só não vou te
matar para não sujar para o pessoal aqui do lado", apontando em direção à
galeria onde estão os presos da Lava Jato.
O laudo do
Instituto Médico Legal (IML) comprovou
a existência de ferimentos no joelho e em um dos pés. As imagens de
câmeras de segurança da unidade, no entanto, não mostraram nenhuma
movimentação.
"A
hipótese de edição nessas imagens é bem difícil, não vou dizer falaciosa. A
resposta final será dos peritos", disse o delegado Wellington Vieira.
Ao ser
questionado sobre a dificuldade de algum suposto agressor chegar até a
cela, o delegado disse que a
pessoa teria que passar por 12 portas.Anteriormente, alguns agentes
penitenciários teriam falado em quatro portas.
"Na
verdade, são mais de quatro portas. Eu contei 12 portas desde a portaria até a
cela onde ele estava, que é a B4. Inclusive presos que estão na cela oposta vão
ser inquiridos para que a gente consiga saber deles se os presos sentiram ou
ouviram alguma coisa estranha", disse. Vieira ainda destacou que o sistema
de segurança é bem feito que um possível agressor teria que passar por muitas
barreiras até chegar a cela de Garotinho.
O ex-secretário
de Saúde do Rio de Janeiro Sérgio Côrtes e outros detentos também foram ouvidos
sobre o caso.
Por G1 Rio
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