© André
Borges/Estadão Raquel Dodge,
procuradora-geral
da República
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A procuradora-geral
da República, Raquel Dodge, defendeu nesta quarta-feira, 1, que o Supremo
Tribunal Federal (STF) mantenha a decisão de prisão após segunda instância.
Caso a Corte decida rever o tema, segundo Dodge, a pena será a perda de
credibilidade nas instituições.
“Nossa agenda
mais recente deve incluir a luta pelo fim da impunidade. Para isto, é
necessário defender no Supremo Tribunal Federal o início da execução da pena
quando esgotado o duplo grau de jurisdição, com a condenação do réu pelo
Tribunal intermediário”, disse a procuradora-geral.
Dodge
participou da abertura do 34º Encontro Nacional de Procuradores da República,
promovido pela ANPR, em Porto de Galinhas (PE), que acontecerá até domingo, 5.
Em outubro do
ano passado, o STF determinou que é constitucional a execução da pena após
segunda instância. Mas neste ano, os ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello
já indicaram que a Corte pode rever a decisão. A Advocacia-Geral da União
encaminhou um parecer ao Supremo, em outubro, pedindo que o pleno reveja a
decisão.
A
procuradora-geral disse, em seu discurso, que caso os ministros mudem a
determinação, as instituições podem perder credibilidade. “O sistema de
precedentes vinculantes adotado no Brasil exige que a decisão do Pleno do STF,
que afirmou a constitucionalidade da prisão após a segunda instância, seja
respeitada, sob pena de reversão da credibilidade nas instituições, como
capazes de fazer a entrega da prestação jurisdicional de modo seguro, coerente
e célere”, declarou.
Corrupção.
Para a plateia de procuradores da República, Dodge disse que precisam continuar
o trabalho contra a corrupção, “para que os esforços seguros feitos últimos
anos permaneçam nos vindouros”.
A
procuradora-geral disse ainda que os corruptos “são escravos da ganância e
perpetuadores da desigualdade”, porque desviam recursos dos mais necessitados e
promovem a ideia de que estão acima da lei.
Em seguida,
emendou: “Estavam. Aos poucos, aos poucos, por causa da firmeza das
instituições, dentre elas o Ministério Público do Brasil e, notadamente, o
Ministério Público Federal, a defesa da dignidade humana e de uma sociedade
mais honesta e mais justa abre espaço no debate público para uma agenda
diferente para o Brasil”.
A fala de Dodge
ocorre no mesmo dia em que se tornou pública a manifestação da
Procuradoria-Geral da República, em que pede ao Supremo Tribunal Federal (STF)
que o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, seja ouvido. Segundo a
procuradora-geral, não há dúvidas de que Nunes tenham recebido
ilegalmente da Odebrecht R$ 500 mil para a campanha de 2010.
Momento
difícil. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto
Barroso, que também esteve presente no evento quarta-feira, disse que o País
vive um momento de “refundação”. Em sua fala, ele ressaltou que a democracia
brasileira ultrapassou o que parecia invencível, como a hiperinflação e a
extrema pobreza. “Agora nós vivemos no Brasil esse momento difícil, mas talvez
um momento de refundação do País, em que há uma imensa demanda por integridade,
por idealismo, por patriotismo, como eu nunca vi”, afirmou.
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