O delator
Ricardo Saud (Foto: Reprodução)
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Ricardo Saud
deve ficar dez dias em Pavilhão Disciplinar, sem televisão e visitas de
familiares. Ele está preso desde o dia 10 de setembro por suspeita de omissão
no acordo de delação premiada.
O ex-diretor de
Relações Institucionais da J&F Ricardo Saud foi levado para o Pavilhão
Disciplinar do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, na manhã desta
terça-feira (31) após ofender um agente penitenciário. O castigo vale por dez
dias. Os advogados dele informaram ao G1 que vão tentar falar com a direção do presídio para
reverter a situação.
O incidente
aconteceu antes de o ex-executivo – preso junto com o empresário Joesley
Batista (dono do grupo J&F no começo de setembro por suspeita de omissão no
acordo de delação premiada – prestar depoimento na Comissão Parlamentar Mista
de Inquérito (CPMI) que investiga a JBS. Na ocasião, ele alegou o direito
constitucional de permanecer calado e não respondeu as perguntas dos deputados
e senadores.
Enquanto Saud
estava fora da penitenciária, o agente procurou a direção para relatar o
desacato. O Pavilhão Disciplinar fica em ala diferente da em que ele foi
instalado quando preso. Lá, ele não tem acesso a televisão. Além disso, perde o
direito às visitas de familiares, que ocorrem nas sextas.
Em nota, a
Subsecretaria do Sistema Penitenciário informou que abrirá inquérito
disciplinar para apurar os detalhes. "Após a conclusão, o procedimento
será encaminhado para a Vara de Execuções Penais (VEP). A pena para os casos de
indisciplina pode chegar a 30 dias de isolamento, além de perda de outros
benefícios, conforme decisão da justiça."
O ex-executivo
divide, fora do isolamento, uma cela de 21 metros quadrados com o ex-diretor de
Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato e o deputado federal Celso
Jacob (PMDB-RJ).
Entrada do
Complexo Penitenciário da Papuda
(Foto: TV Globo/Reprodução)
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O espaço fica
no bloco 5 do Centro de Detenção Provisória e tem um vaso sanitário, chuveiro
com água quente, três beliches e uma mesa de plástico. A cela fica na ala dos
"vulneráveis", ou seja, de idosos e presos que ficam sem contato com
os demais devido ao risco de sofrerem algum tipo de violência.
Prisão
O ministro
Fachin mandou prender Joesley Batista e Ricardo Saud a pedido da Procuradoria
Geral da República, que apontou suspeitas
de omissão no acordo de delação dos dois e suspeitas de que teriam tido
orientação de um procurador – Marcelo Miller –, que depois deixou a função.
Eles recorreram ao Supremo Tribunal Federal contra a prisão.
O estopim para
as prisões foram áudios em que Joesley e Saud sugerem que Miller estava
ajudando no acordo de delação. Fachin suspendeu os benefícios de ambos
previstos no acordo e atualmente analisa se homologa a rescisão do acordo
apresentada pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.
A defesa dos
executivos quer que o ministro revogue a prisão ou leve o recurso para
discussão na Segunda Turma do tribunal. Os advogados afirmam que a prisão dos
dois coloca em risco a segurança jurídica do acordo de delação, que ainda está
válido.
Por Raquel Morais, G1 DF
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