Oposição
denunciou eleições regionais de outubro como
fraudulentas (Foto: Reuters/Carlos Eduardo
Ramirez)
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Três maiores
legendas da coalizão opositora se negam a lançar candidatos para as eleições
municipais de dezembro. Boicote é um protesto contra Conselho Nacional Eleitoral,
acusado de fraudar resultados.
Três dos
maiores partidos da oposição na Venezuela anunciaram nesta segunda-feira (30)
que não participarão das eleições
municipais marcadas para dezembro. O boicote é um protesto contra o
sistema eleitoral, que segundo eles, seria fraudulento.
Os partidos
Ação Democrática (AD), o mais antigo do país, Vontade Popular e Justiça
Primeiro disseram que não confiam no Conselho Nacional Eleitoral (CNE),
coordenado pelo governo de Nicolás Maduro, para participar das eleições.
O líder da AD,
Julio Borges, ex-presidente da Assembleia Nacional, acusou as autoridades
venezuelanas de fraudarem as eleições presidenciais em 2013, de negaram um
referendo revogatório no ano passado e de manipularem as eleições regionais de
15 de outubro.
Borges afirmou
que, ao invés de participar de outro processo manipulado, a oposição deve se
concentrar em exigir reformas no CNE antes da eleição presidencial no ano que
vem. "O objetivo continua sendo tirar Maduro do poder e, nesta luta, o
mundo está conosco", disse.
O anúncio foi
seguido pelas legendas Justiça Primeiro e Vontade Popular (VP), partido fundado
pelo opositor venezuelano que cumpre prisão domiciliar Leopoldo López.
"Não
seremos cúmplices de uma nova fraude contra o nosso povo, e responsavelmente
pedimos aos demais partidos que não participem de maneira alguma das eleições
para não validar uma fraude anunciada", disse o coordenador nacional do
VP, o deputado Freddy Guevara.
O dirigente
opositor reiterou sua denúncia de que o resultado da votação de outubro, na
qual o chavismo obteve o governo de 18 dos 23 estados do país, constitui uma
"fraude comprovada", por isso insistiu na necessidade de
"lutar" para mudar as condições eleitorais.
Além dos três
partidos, dois outros menores – Aliança Povo Bravo e Causa Radical – também se
juntaram ao boicote. Das grandes legendas que formam a coalizão opositora Mesa
de Unidade Democrática (MUD), apenas duas, Um Novo Tempo e a Avançada
Progressista, ainda não se manifestaram sobre a ação.
A participação
da AD no boicote foi uma surpresa. O partido foi o único da MUD a eleger
governadores nas eleições de outubro. Os quatro eleitos prestaram juramento à contestada Assembleia
Constituinte, que é vista pela oposição como uma fraude. O ato provocou
um sismo na base opositora do país, num momento crítico, em meio ao
fortalecimento institucional do governo após as vitórias nas eleições regionais
e enquanto o país se volta para o pleito presidencial em 2018.
Em reação ao
boicote, o presidente Nicolás Maduro acusou a oposição de receber ordens de uma
embaixada estrangeira para convocar uma insurreição contra as eleições
municipais. "De maneira criminosa, se ataca o sistema eleitoral e aqueles
que atacam têm que pagar. Não me importa nada, como chefe de Estado vou exigir
e não permitirei que se tente sabotar os comícios", ressaltou.
Por Deutsche Welle
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