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Picture-alliance/Venezuela Presidente Nicolas Maduro
Dinheiro
para campanha de Maduro visava garantir obras no país
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A
ex-procuradora-geral da Venezuela Luisa Ortega Díaz divulgou nesta quinta-feira
(12/10) um vídeo no qual o ex-presidente da Odebrecht no país Euzenando
Prazeres de Azevedo admite ter repassado 35 milhões de dólares para a campanha
do presidente Nicolás Maduro. Em troca da propina, empreiteira queria
prioridade em obras venezuelanas.
No vídeo,
Azevedo conta que chegou a um acordo para a entrega do dinheiro com Américo
Mata, um ex-funcionário do governo venezuelano identificado como representante
de Maduro. Segundo o relato, Mata havia solicitado ajuda para a campanha
eleitoral.
O ex-presidente
da Odebrecht disse que Mata lhe pediu 50 milhões de dólares, mas ressaltou que
aceitou pagar apenas 35 milhões de dólares. "Ele pediu um valor alto para
a época, nós tínhamos uma operação muito grande na Venezuela", afirma
Azevedo.
Segundo Ortega
Díaz, o vídeo foi gravado pela Procuradoria-Geral da República no dia 15 de
dezembro do ano passado, quando Azevedo teria prestado declarações aos
investigadores brasileiros.
O
ex-funcionário da Odebrecht relata ainda que se reuniu em várias ocasiões com
Mata, ex-presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural Venezuelano (Inder).
Ortega Díaz,
destituída do cargo, fugiu para Bogotá com o marido, o deputado chavista Germán
Ferrer, no fim de agosto. A jurista deixou a Venezuela depois de seu marido ter
a prisão decretada. Ele foi acusado de estar envolvido numa rede de extorsão
que funcionaria dentro do Ministério Público (MP) enquanto a esposa comandou o
órgão.
Na época,
Ortega Díaz acusou Maduro de destituí-la do cargo para acabar com as
investigações sobre os pagamentos de suborno feitos pela Odebrecht. Segundo
declaração do ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht, o valor da
propina paga na Venezuela chegou a 98 milhões de dólares.
Nesta quinta, o
atual procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, disse que está tramitando um
alerta vermelho na Interpol para a captura de Azevedo e de Ferrer. De acordo
com Saab, o esquema no MP venezuelano foi liderada por funcionários de alto
escalão, cujos nomes deverão ser revelados pelo advogado preso José Parra
Saluzzo, que trabalhava para a Odebrecht.
"Parra
Saluzzo prometeu recorrer à política da delação para revelar com nome e
sobrenome quem eram os diretores e quem eram os titulares do MP que faziam
parte da extorsão", acrescentou Saab.
CN/efe/ap
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