© Divulgação Rodrigo
Luis Galazzo, delegado
da Polícia
Civil de Paulínia
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O delegado Rodrigo Luís Galazzo, que comandou a
busca e apreensão na casa do psicólogo Marcos Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quebrou
o silêncio. Em entrevista a VEJA, ele disse que não sabia quem morava na
residência e deixa claro que, se voltasse no tempo, faria tudo exatamente
igual. Com 44 anos e 13 como delegado de polícia, ele disse ser comum pedir
mandados de busca e apreensão apenas com base em indícios e suspeitas, mesmo
sem um inquérito em andamento. “Não me arrependo de nada”, afirmou.
A operação foi
realizada em cumprimento ao mandado da juíza Marta Brandão Pistelli, do fórum
de Paulínia. Na quarta-feira (11), o secretário de Segurança de São Paulo,
Mágino Alves Barbosa Filho, determinou instauração de procedimento
administrativo para apurar em que condições ocorreu a diligência de busca e
apreensão. Na segunda-feira, a juíza determinou sigilo no caso.
O senhor
sabia que se tratava do filho do ex-presidente?
Em nenhum
momento, eu sabia. Ao me dirigir para a residência, eu tinha o nome dos
proprietários dos dois imóveis e em nenhum deles constava o nome do filho do
Lula.
Como
descobriu que se tratava da casa do filho do Lula?
Quando toquei a
campainha e pedi a identificação dos moradores. Ele me mostrou a carteira de
identidade e tomei conhecimento.
O senhor
tinha um mandado para buscar armas e drogas, mas acabou levando outros objetos,
como computador e DVDs. Por que fez isso?
Existe
jurisprudência firmada no Tribunal Regional Federal de que a autoridade
policial, em uma busca e apreensão, pode recolher outro material que não seja o
objeto da busca, caso esse material aponte indício de outras infrações penais.
Foi isso que aconteceu. Foram apreendidos computadores e documentos para
análise. Depois, a Justiça pediu que devolvêssemos tudo, e foi o que fizemos.
O senhor foi
movido por questões ideológicas?
Posso afirmar
com mais de 100% de certeza que não sou filiado a qualquer partido político,
não defendo nenhuma corrente ideológica muito menos sou simpatizante de
partidos políticos. Sou simplesmente delegado de polícia.
Se o tempo
voltasse, o senhor atuaria nessa investigação de forma diferente?
Não tinha como
saber quem morava lá. O alvo era o local e não os moradores da residência, a
não ser que eu tivesse um mandado de prisão, o que não era o caso. Fiz
meu trabalho com lisura e transparência. Não me arrependo de nada.
Como a
denúncia de que havia armas pesadas e drogas na casa do filho do Lula chegou à
sua delegacia?
Um morador
ligou dizendo que suspeitava que havia armas e drogas nas duas residências em
questão. Esse morador se identificou e foi pessoalmente à delegacia e contou as
suas suspeitas. Com base nessa denúncia, fomos até o local e fizemos campanas.
Como é um local reservado, resolvemos recuar para que as pessoas não notassem a
presença de viaturas, mesmo que descaracterizadas.
Fora a
denúncia, de onde vem a ideia de que poderia ter armamento pesado e drogas
dentro da casa do filho do Lula?
Porque já
havíamos apreendido grande quantidade de drogas em Paulínia e até armamento
pesado, como fuzil.
Os policiais
viram que as placas dos carros eram de outros estados, mas não conseguiram
pesquisar no sistema de quem eram esses carros?
Só conseguimos
pesquisar a placa de um táxi, que não tinha nenhuma irregularidade. Em relação
aos carros particulares com placas de outros estados, não conseguimos avançar
na investigação.
VEJA.com
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