O presidente
da Venezuela, Nicolas Maduro durante um evento
com apoiadores em Caracas, na Venezuela -
02/07/2017
(Palácio
Miraflores/Reuters)
|
Reajuste do salário mínimo, que
passa para 32 dólares, é apontado como como insuficiente e artificial
Em meio à grave crise da
Venezuela, que enfrenta um cenário de alta inflação e protestos diários contra
o governo, o presidente Nicolás Maduro, anunciou um reajuste de 50% no salário
mínimo do país. O aumento, que é o terceiro desde o início do ano, não foi bem
recebido pelos trabalhadores, que apontam o valor como insuficiente e
artificial. “[O novo salário mínimo] não cobre nem um terço do custo da cesta
básica e irá resultar em maior inflação e desemprego”, disse o Secretário-Geral
Confederação de Trabalhadores da Venezuela, José Elías Torres, ao jornal El
Estímulo.
O anuncio de Maduro foi feito no
domingo, durante um ato televisivo ao lado de partidários. Segundo o presidente
venezuelano, o salário mínimo e as aposentadorias serão elevados a 97.531
bolívares – o que equivaleria a 32 dólares, de acordo com o novo sistema de
venda de divisas, conhecido como DICOM. O salário mínimo anterior era de 65.021
bolívares. Os dois aumentos anteriores foram de 50% em janeiro e de 60% em
maio.
A elevação no salário mínimo
ocorre em um momento em que se registram protestos diários contra o governo. A
dura repressão do governo deixou mais de 80 mortos desde o começo de abril.
Centenas de pessoas foram detidas e outras 1.400 ficaram feridas nas
manifestações. Os venezuelanos enfrentam uma severa crise econômica, altamente
dependente das importações, com uma inflação de três dígitos e graves problemas
de desabastecimento de alimentos, suplementos médicos e outros produtos
básicos.
Maduro atribui a espiral
inflacionária e a escassez de produtos básicos a uma “guerra econômica”
promovida por adversários políticos e empresários para desestabilizar seu
governo, mas analistas asseguram que a situação econômica do país está
estritamente relacionada com o sistema de controle de câmbio e de preços em
vigor desde 2003. “Se me derem a Constituinte, eu lhes dou a vitória sobre os
preços”, disse Maduro, em alusão à queda no poder de compra dos venezuelanos nos
últimos três anos e ao seu apelo para uma Assembleia Constituinte, a fim de
redigir uma nova Constituição.
Referendo
A oposição venezuelana, contrária
convocação da Assembleia Constituinte de Maduro, anunciou nesta segunda-feira a
realização, em 16 de julho, de um referendo para que os cidadãos decidam se
concordam com o presidente.”Que seja o povo que decida se rejeita ou desconhece
a Constituinte convocada inconstitucionalmente por Nicolás Maduro”, assinalou o
presidente do Parlamento – de maioria opositora – Julio Borges, em um ato com
setores da sociedade civil realizado no teatro de Chacao, leste de Caracas.
(com AFP)
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!