Na tela do aparelho, no entanto, apareceu uma mensagem que a desmentia: "A pessoa não existe, ou o carnê foi anulado". Reprodução G1 |
Presidente levou seu 'Carnê da
Pátria' para votar, mas aparelho informou: 'A pessoa não existe ou o carnê foi
anulado'. Cena foi captada por uma câmera de televisão do governo e viralizou.
O carnê criado pelo governo
venezuelano para registrar os beneficiários de seus programas sociais - e que
seria usado para monitorar o voto na Assembleia - não funcionou, deixando o
presidente Nicolás Maduro em uma saia justíssima, neste domingo (30).
"Vamos fazer a verificação do
meu Carnê da Pátria para que fique registrado que eu vim votar e que meu Carnê
da Pátria fique marcado para toda vida, que votei no dia histórico da
Constituinte", anunciou o presidente neste domingo antes de votar.
"Leu?", perguntou Maduro
à mulher que escaneava os documentos com um smartphone, recebendo uma resposta
positiva.
Na tela do aparelho, no entanto,
apareceu uma mensagem que a desmentia: "A pessoa não existe, ou o carnê
foi anulado". Captada por uma câmera de televisão do governo, a imagem
viralizou nas redes sociais.
O Carnê da Pátria é dotado de um
"código QR" (similar a um código de barras), que armazena informação
pessoal do usuário e permite, entre outras coisas, que ele adquira alimentos
subsidiados.
A oposição acusa o governo de usar
esse documento como um mecanismo de controle social, para fins políticos.
Os rivais de Maduro não perderam
tempo e usaram o episódio para voltar a estimular os beneficiários dos
programas sociais a não votar, alegando que não seriam descobertos. "O
sistema não funciona, e se você for funcionário público não podem saber se você
votou ou não", escreveu o vice-presidente do Parlamento, o opositor Freddy
Guevara, no Twitter.
Maduro havia determinado que os
titulares do carnê deveriam apresentar o documento nos postos de votação para
que sua participação fosse confirmada. O requisito não tinha sido estabelecido
oficialmente pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
O presidente também ordenou que
todos os servidores públicos fossem votar. Segundo Maduro, mais de 15 milhões
de venezuelanos, de uma população total de 30 milhões, têm esse carnê. Mas
apenas 8 milhões de eleitores
votaram, segundo número oficial do CNE.
Por France Presse
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