Abu Bakr al Bagdadi é o líder
número 1 do grupo terrorista. Em junho, a Rússia tinha afirmado que um ataque
aéreo poderia ter atingido o terrorista.
A ONG Observatório Sírio de
Direitos Humanos, que acompanha a guerra na Síria, afirmou nesta terça-feira
(11) que o líder supremo do Estado Islâmico, Abu Bakr al Bagdadi, está morto,
de acordo com a France Presse. O governo dos Estados Unidos diz não ter
informações que confirmem a morte.
"Confirmamos informações de
líderes, incluindo um da primeira hierarquia, do Estado Islâmico na zona rural
no leste [da cidade] de Deir al-Zor", disse o diretor do grupo de
monitoramento da guerra sediado no Reino Unido, Rami Abdulrahman, à Reuters.
Porém, a agência não pôde verificar a morte de Baghdadi de maneira
independente.
As circunstâncias da morte ainda
não estão claras. Fontes do Observatório na cidade síria de Deir al-Zor
disseram ter sido informadas por integrantes do Estado Islâmico sobre a morte
do líder, "mas eles não especificaram quando".
Em 16 de junho, o Ministério
Defesa da Rússia tinha afirmado que um ataque aéreo russo de 28 de maio pode ter matado Baghdadi em
Raqqa, cidade no centro-norte da Síria que é o principal reduto do grupo terrorista
no país.
O alvo deste bombardeio era um
encontro de líderes do Estado Islâmico, do qual Baghdadi participaria. Na
ocasião, a Rússia procurava confirmar a informação e a coalização não confirmou
a informação.
Autoridades iraquianas e curdas
não confirmaram a morte divulgada nesta terça, segundo a Reuters. O
Departamento de Defesa dos Estados Unidos disse não ter nenhuma informação
imediata para corroborar a morte de Baghdadi.
Sites afiliados ao Estado Islâmico
e contas de redes sociais não publicaram nenhuma notícia sobre a possível morte
do líder.
Logo após a divulgação da
informação pela ONG, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou no
Twitter que houve uma "grande vitória contra o Isis".
Recompensa de US$ 25 milhões
A morte de Baghdadi já foi
anunciada muitas vezes anteriormente, mas o Observatório tem um histórico de
relatos confiáveis sobre a guerra civil na Síria.
Caso a morte de al-Baghdadi se
confirme, será um grande triunfo da Rússia, que intervém na guerra civil síria
e defende o ditador Bashar al-Assad, e um revés para os Estados Unidos, que
oferecia uma recompensa de US$ 25 milhões (mais de R$ 80 milhões) para levá-lo
à Justiça.
O programa de recompensas de
contraterrorismo do Departamento de Estado dos EUA ofereceu os mesmos US$ 25
milhões por Bin Laden e pelo falecido presidente iraquiano, Saddam Hussein, e
ainda oferece o valor para quem denunciar o sucessor de Bin Laden na Al Qaeda,
Ayman al-Zawahiri.
Perda de território
A morte de Baghdadi seria um
importante golpe contra a organização terrorista que viu o seu território
diminuir 80% na Síria e no Iraque.
Raqqa está quase cercada por uma
coalizão de grupos sírios, curdos e árabes. No domingo (9), as forças
iraquianas anunciaram a retomada da maior parte de Mossul, cidade que havia
sido conquistada pelo grupo terrorista em junho de 2014. Integrantes do grupo
terrorista ainda resistem em alguns pontos da cidade velha.
Em Mossul, al-Baghdadi se declarou
"califa" (líder de todos os muçulmanos). O vídeo do líder do Estado
Islâmico vestido com mantos clericais negros declarando seu califado, do
púlpito da Grande Mesquita de Al-Nuri, é sua última imagem pública.
Nascido Ibrahim al-Samarrai,
al-Baghdadi é um iraquiano de 46 anos que rompeu com a Al Qaeda em 2013, dois
anos após a captura e morte do líder do grupo, Osama bin Laden.
Ele cresceu em uma família
religiosa, estudou teologia islâmica em Bagdá e se uniu à insurgência salafista
jihadista em 2003, o ano da invasão dos Estados Unidos ao Iraque. Ele foi
capturado pelos norte-americanos, que o soltaram cerca de um ano mais tarde por
considerá-lo então um civil, não um alvo militar.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!