País vizinho caminha para a guerra
civil; esses partidos de esquerda estão, na prática, apoiando uma narcoditadura
militar
Se alguém quiser saber o tamanho
do compromisso do PT e das esquerdas brasileiras com a democracia, indague-os sobre
o que está em curso na Venezuela. A ditadura militar daquele país — sim,
ditadura militar! —, com um gendarme civil, Nicolás Maduro, matou pelo menos 15
pessoas no processo eleitoral deste fim de semana, que elegeu no domingo uma
Assembleia Constituinte. Só as forças que apoiam a tirania indicaram
candidatos.
Um referendo organizado pela
oposição evidencia que a esmagadora maioria da população não aceita o processo.
Sabe tratar-se de um golpe para destituir os atuais membros do Poder
Legislativo, que tem maioria oposicionista. O governo fala que oito milhões de
pessoas votaram. É mentira! Segundo a oposição, menos de 12% dos eleitores
compareceram — algo em torno de 2,4 milhões.
Muito bem! E o que o PT, por
intermédio de sua aloprada presidente, a senadora Gleisi Hoffmann, disse a
respeito? Ora, solidarizou-se com Maduro. E tripudiou sobre os mortos. Em artigo na Folha, publicado neste domingo, em
parceria com Mônica Valente, secretária de Relações Internacionais do PT,
afirma a senadora:
“A convocação de uma Constituinte na Venezuela tem sido motivo de crítica por parte da oposição do país e do governo sem credibilidade e sem voto do Brasil. A votação deste domingo (30) naquele país escolherá representantes regionais e de vários setores profissionais, entre eles pescadores e empresários, estudantes e trabalhadores urbanos e rurais, pessoas com deficiência e aposentados. (…)”
“A convocação de uma Constituinte na Venezuela tem sido motivo de crítica por parte da oposição do país e do governo sem credibilidade e sem voto do Brasil. A votação deste domingo (30) naquele país escolherá representantes regionais e de vários setores profissionais, entre eles pescadores e empresários, estudantes e trabalhadores urbanos e rurais, pessoas com deficiência e aposentados. (…)”
Você não achou suficientemente
asqueroso? A dupla vai adiante. O texto está no site do partido:
“A Assembleia tratará de temas diversos, como a formulação de um acordo de paz entre governo e oposição, um novo e fundamental modelo para acabar com a dependência do petróleo sobre a economia local, a consagração de direitos sociais, democracia participativa, modificações no sistema judicial, a identidade pluricultural, os direitos da juventude e até medidas para proteção ambiental.”
“A Assembleia tratará de temas diversos, como a formulação de um acordo de paz entre governo e oposição, um novo e fundamental modelo para acabar com a dependência do petróleo sobre a economia local, a consagração de direitos sociais, democracia participativa, modificações no sistema judicial, a identidade pluricultural, os direitos da juventude e até medidas para proteção ambiental.”
Não ficou com inveja da Venezuela,
leitor? Com a colaboração da direita xucra, há, sim, o risco de essa gente
voltar ao poder.
O PSOL, de Jean Wyllys, aquele que
nunca engole e sempre cospe desaforos, pede a cabeça de Temer no Brasil, mas é
um aliado objetivo de Maduro, sim. Não há nada no site do partido sobre esse
pleito vigarista, mas, se você clicar aqui,
saberá o que pensa a legenda sobre o regime. PCdoB, o partido que lamentou a
morte do ditador norte-coreano Kim Jong-Il em 2011 e elogiou, acreditem!, o
desenvolvimento econômico da Coreia no Norte, e o PDT assinaram nota, em conjunto
com o PT, em solidariedade ao assassino venezuelano.
O país está sendo empurrado para
uma guerra civil. Trata-se de uma ditadura militar, fortemente influenciada
pelo narcotráfico, e assim é desde a era chavista. Os militares mantêm Maduro
como a fachada de um regime supostamente socializante. Conhecidos que moram no
país, com acesso aos bastidores do poder, informam que há um risco severo de
divisão também no seio das Forças Armadas. De um lado, estão militares que
repudiam o presidente e os parceiros de farda que o sustentam porque isso lhes
franqueia usar o país como rota do tráfico; de outro, o banditismo, de que
Maduro é tanto a vedete como o boneco de mamulengo.
Permito-me reproduzir aqui trecho
de um post que publiquei no dia 16 de abril de 2013:
O chavismo não existe, como muitos supunham. O que existe é um processo ditatorial que mantém debaixo do porrete a sociedade venezuelana. Os ditos bolivarianos compraram parte considerável das Forças Armadas da Venezuela, hoje infiltradas pelo narcotráfico e em parceria com os narcoterroristas das Farc. Cada vez mais, anotem aí, o país assumirá as características de uma ditadura militar convencional — mas sem abrir mãos dos rituais homologatórios das eleições encabrestadas e fraudadas pelos bolivarianos. Em suma, trata-se de uma ditadura narcobolivariano-militar.
O chavismo não existe, como muitos supunham. O que existe é um processo ditatorial que mantém debaixo do porrete a sociedade venezuelana. Os ditos bolivarianos compraram parte considerável das Forças Armadas da Venezuela, hoje infiltradas pelo narcotráfico e em parceria com os narcoterroristas das Farc. Cada vez mais, anotem aí, o país assumirá as características de uma ditadura militar convencional — mas sem abrir mãos dos rituais homologatórios das eleições encabrestadas e fraudadas pelos bolivarianos. Em suma, trata-se de uma ditadura narcobolivariano-militar.
Fantasia? Não, senhores. Em 2012,
Eladio Ramón Aponte Aponte, então presidente do Tribunal Superior de Justiça da
Venezuela, o Supremo de lá, pediu asilo aos EUA e virou delator da DEA, a
agência antidrogas americana. Ele confessou cumplicidade com uma rede
sul-americana de narcotráfico. E admitiu ter manipulado processos judiciais
para favorecer traficantes cujos negócios eram partilhados com alguns dos mais
graduados funcionários civis e militares do governo Chávez. E nada mudou no governo
Maduro. Para ler mais a respeito, clique aqui.
Brasil
Em nota, o Itamaraty repudiou a farsa eleitoral e pediu ao governo venezuelano que não instale a nova Assembleia, conclamando ao entendimento. É pouco. Acho que o Brasil tem de seguir, nesse caso, EUA, Costa Rica, México, Panamá, Peru, Colômbia e Chile. Esses países já declararam que não reconhecem a legitimidade da eleição.
Em nota, o Itamaraty repudiou a farsa eleitoral e pediu ao governo venezuelano que não instale a nova Assembleia, conclamando ao entendimento. É pouco. Acho que o Brasil tem de seguir, nesse caso, EUA, Costa Rica, México, Panamá, Peru, Colômbia e Chile. Esses países já declararam que não reconhecem a legitimidade da eleição.
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