Pituco falou sobre a reaproximação com o pai após
o acidente (Foto: Reprodução)
|
Paulo César de Melo Sá Júnior
teve o braço esquerdo amputado após colisão com caminhão na RJ-106. Ele mudou o
foco por não poder mais ser um atleta de ponta no MMA.
O drama de Paulo César de Melo Sá
Júnior que durou exatos 37 dias, desde o acidente até a alta hospitalar, foi
contado em vídeo, após pedido do G1,
pelo lutador de MMA e filho do deputado estadual Paulo Melo (PMDB). Pituco, como é conhecido, perdeu o braço
esquerdo em um acidente de carro na RJ-106, em Araruama (RJ), no dia 9
de abril deste ano. Passados cerca de dois meses da alta do hospital, o vídeo
traz a dinâmica do acidente.
"A responsabilidade foi
minha, e eu paguei por isso".
Além dos planos para o futuro.
"Quero ser médico".
A nova inspiração veio pelo fato
de Pituco não poder voltar à carreira como lutador de MMA de alto rendimento e
ver de perto o trabalho dos médicos para salvar a sua vida.
"Eu fiquei louco vendo os
médicos. Quero fazer medicina, cair dentro da medicina. É difícil, mas já fiz
tanta coisa difícil. Vi o quanto os médicos significam na vida da pessoa. Eles
salvaram a minha vida. Na real, foi Deus, mas eles tiveram agindo na mão de
Deus. Porque eu cheguei muito mal no hospital. Perdi dois terços de sangue do
meu corpo. A maioria das pessoas morreria. Depois, foi a coluna. Poderia ficar
aleijado, mas não fiquei. Tenho que agradecer a eles", disse Pituco, de 38
anos de idade.
O acidente
Carro onde
estava Paulo Melo ficou destruído com a colisão
na RJ-106, em Araruama, no RJ
(Foto: Fabiano Santana/Reclame Saquarema)
|
O acidente aconteceu por volta das
6h no dia 9 de abril na altura do bairro Havaí, em Araruama, na Região dos
Lagos, perto à cidade onde mora: Saquarema. Pituco dirigia um carro, onde
estavam mais duas pessoas, que colidiu com um caminhão da companhia de energia
elétrica Enel. Ele, inclusive, admitiu a responsabilidade pelo ocorrido ao
tentar fazer uma ultrapassagem. Além dele, outras três pessoas chegaram a ser
socorridas, mas tiveram apenas ferimentos leves.
"A lembrança que eu tenho é
só de eu estar diminuindo no radar de 60 km. Na hora que acabou o radar, um
carro diminuiu na minha frente. Eu fui ultrapassar, mas o carro acelerou para
não deixar a ultrapassagem. A gente ficou naquela guerra de passa ou não passa.
Quando eu vi o caminhão vindo, eu fui deixar ele (carro) passar, botar para
voltar para atrás dele, mas não deu tempo. Pegou só o meu lado. Porque
caminhão, sabe como é, ele não desvia. Caminhão e ônibus não tiram. São carros
grandes, é perigoso fazer manobras bruscas. Só que ai não deu tempo. O caminhão
bateu na minha lateral. Tinham duas pessoas comigo, elas não se machucaram. Mas
foi o meu lado que pegou. Mas, graças a Deus, não matei ninguém, não machuquei
ninguém. A responsabilidade foi minha, e eu paguei por isso", conta.
Pituco, aliás, garante que não
ingeriu bebida alcoólica na noite anterior ao acidente e que não estava em alta
velocidade. Confessa, no entanto, que a "imprudência" cometida por
ele próprio no trânsito deixa um aprendizado para todos.
"Eu saio como todo mundo quer
sair. Sai com meus amigos para se divertir. Mas eu não bebi, estava tranquilo,
sem álcool. Tanto que me lembro de tudo. Então o que eu tenho que dizer para os
outros é tomar cuidado, porque acidente de trânsito é brabo. Passar o que eu
passei. Ficar mal, sofrendo. É uma situação que você acha que nunca vai
acontecer. E, na volta para casa, por um acontecimento, vamos dizer entre
aspas, uma imprudência, acontece isso e muda a sua vida. E o que eu tenho para
falar, é que não esqueçam o cinto de segurança, porque é perigosíssimo",
disse.
Projeto de MMA mantido
Sem poder prosseguir com a
carreira de lutador profissional e com outros planos daqui para frente, Pituco
não deixará de lado a vida do MMA. Dono de uma academia de artes marciais no
distrito de Bacaxá, em Saquarema, seguirá com o projeto. Agora, com o objetivo
de formar novos talentos e repassar o conhecimento adquirido ao longo dos anos.
"A minha perspectiva é de
formar novas atletas, porque o que eu tinha que fazer na luta eu já fiz. O que
aconteceu abriu o meu olho pelo seguinte. Que agora está na hora de correr
atrás do estudo, das coisas que eu deixei para trás. Só que agora, com isso, eu
mudei meu ritmo de vida. Quero estudar e formar novos atletas. Tenho a minha
academia. Quero ajudar as pessoas que querem lutar. Que tenham a capacidade de
chegar a algum lugar. E que eu possa servir como exemplo para eles",
afirmou.
O apoio da família e a
aproximação com o pai
Apesar de morar em Saquarema,
Pituco tem se recuperado na Região Metropolitana do Rio ao lado da família. Ele
contou, inclusive, que o período mais difícil da vida serviu, ao menos, para
reunir a família e lhe aproximar do pai, o deputado estadual e ex-presidente da
Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Paulo Melo.
"Meu pai se uniu muito comigo
depois do acidente. Viramos melhores amigos depois dessa situação. Está me
dando a maior força, uma força imensa. A parte boa é que a família ficou muito
preocupada com o que poderia acontecer comigo. Minha tia está doando a vida
dela para cuidar de mim. Meu pai está sendo maravilhoso. É eu te amo para lá,
eu te amo para cá. Minha família uniu muito. Não era tão unida. Parece que foi
até bom isso acontecer", encerra Pituco.
Por Juan Andrade, G1, Região dos Lagos
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!