Foto que
circula nas redes sociais mostra bandeira com a
mensagem
'350 Liberdad'
(Foto:
Reprodução G1/ Ramon Rivas/Instagram)
|
Na terça-feira, um helicóptero
roubado da polícia fez disparos e lançou granadas durante uma ação, que foi
considerada pelo presidente venezuelano como “terrorista” e “golpista”.
A oposição venezuelana convocou um
novo protesto nesta quarta-feira (28), um dia após um ataque de helicóptero
contra a
Suprema Corte e o Ministério do Interior, em mais um capítulo da
perigosa escalada da violência que o país enfrenta.
A Força Armada venezuelana está em
alerta desde terça-feira (27), quando um helicóptero roubado da polícia fez
disparos e lançou granadas durante uma ação, que foi considerada pelo
presidente venezuelano, Nicolás Maduro, como “terrorista” e “golpista”. Ninguém
ficou ferido na ação.
Granadas foram lançadas contra a
sede da Suprema Corte, onde estavam reunidos magistrados e foram disparados 15
tiros contra a sede do Ministério do Interior, onde várias pessoas assistiam a
um evento social, de acordo com a Reuters.
A oposição convoca os
manifestantes a impedir a circulação em ruas e avenidas entre meio-dia e 16h
(13h e 17, no Brasil).
Seamos protagonistas del cambio, este #28Jun donde te
encuentres, párate u tranca la calle de 12 a 4 pm.
Suspeito
Maduro, que enfrenta desde 1º de
abril uma onda de protestos exigindo sua saída, disse que forças especiais
foram mobilizadas na busca do piloto e do grupo que sequestrou a aeronave do
Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (CICPC).
O vídeo abaixo mostra o ataque do
helicóptero:
A aeronave, ainda segundo o
presidente, era conduzida por um homem que foi piloto do seu ex-ministro do
Interior e Justiça, Miguel Rodríguez Torres, general reformado que se
distanciou do governo. Maduro o acusa de envolvimento em um plano para
derrubá-lo.
O jornal "El Universal"
afirma que o piloto é Óscar Pérez, investigador do Cicpc, que publicou no
Instagram vários vídeos em que se identifica como membro de "uma coalizão
entre funcionários militares, policiais e civis, em busca do equilíbrio e
contra o governo transitório e criminoso".
A imprensa local divulgou um vídeo
de um homem que se define como investigador da polícia científica, que teria
utilizado o helicóptero e que declara que sua luta é "contra a
tirania". "Pedimos que nos acompanhem nesta luta, vamos às ruas
(...). Nossa missão é viver a serviço do povo. Exigimos, presidente Nicolás Maduro,
sua renúncia imediata (...) e que sejam convocadas de maneira imediata eleições
gerais, ", diz o homem no vídeo.
Bandeira ‘350 Libertad’
Nas redes sociais, muitos usuários
compartilham a foto do helicóptero com duas pessoas. Um delas, com o rosto
coberto, exibia uma faixa com os dizeres "350 Libertad", em
referência ao artigo 350 da constituição venezuelana que permite ignorar os
governos que não respeitam as garantias democráticas.
"O povo da Venezuela, fiel a
sua tradição republicana, a sua luta pela independência, à paz e à liberdade,
desconhecerá qualquer regime, legislação ou autoridade que contrarie os
valores, princípios e garantias democráticas ou mine os direitos humanos",
diz o artigo.
Confusão no Parlamento
Pouco antes nesta terça, o
presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Julio Borges, afirmou que
grupos civis armados atacaram a sede do Legislativo após um confronto entre
alguns deputados e agentes da Guarda Nacional Bolivariana (GNB). O enfrentamento,
que ocorreu dentro da Assembleia, deixou duas mulheres feridas.
"Diferentes deputados e
funcionários da Assembleia viram efetivos da Guarda Nacional entrando com
algumas caixas do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Lá ocorreu um confronto
entre eles e os deputados", afirmou Borges.
A sessão da Assembleia Nacional
foi interrompida, e Borges foi conversar com o coronel responsável pela
segurança do parlamento para resolver o conflito de forma imediata. Foi quando
os grupos civis, segundo o deputado, atacaram a sede do Legislativo.
O líder da oposição indicou que os
deputados abordaram os agentes da GNB para saber o que estava ocorrendo, já que
é irregular guardar conteúdos do Poder Eleitoral no Legislativo. Eles não
deixaram que os parlamentares tivessem acesso ao conteúdo das caixas, o que deu
início ao confronto.
Os civis lançaram rojões e outros
artefatos dentro do parlamento, como mostram vídeos publicados nas redes
sociais. Além disso, parte da fachada do prédio foi danificada e os
manifestantes ameaçam entrar "violentamente" no prédio.
Luta armada
"Isto que aconteceu hoje não
nos desanima, e sim nos dá mais força para seguir lutando por um país
democrático. Isto se chama Maduro, o mesmo que disse que se os votos não
servem, servem as balas", declarou o presidente da Câmara, Julio Borges.
O parlamentar se referia à
advertência de Maduro, que nesta terça-feira disse que o chavismo defenderá a
chamada Revolução Bolivariana inclusive com as armas.
"Se a Venezuela for
mergulhada no caos e na violência, e for destruída a revolução bolivariana,
iremos ao combate (...) e o que não se pode com os votos tomaremos com as
armas", declarou o presidente. Veja
vídeo divulgado no You Tube.
Onda de protestos
A onda de protestos contra Nicolás
Maduro, que começou em 1º de abril, deixou 76 mortos. Na quinta-feira (22), um
jovem morreu em decorrência de disparos
à queima-roupa da Guarda Nacional Bolivariana (GNB).
Por G1
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