Manifestante
é atingido por jato d'água durante protesto em Caracas
contra o governo de Nicolás Maduro (Foto: Ivan
Alvarado/Reuters)
|
Ministérios das Relações
Exteriores e da Defesa informaram decisão nesta segunda; procurada, fabricante
disse que não recebeu ordem para suspender venda.
Os ministérios das Relações
Exteriores e da Defesa informaram nesta segunda-feira (19) que o governo
decidiu embargar a exportação de bombas de gás lacrimogêneo para a Venezuela.
A venda estava sendo negociada
pela empresa Condor, com sede no Rio de Janeiro, que informou não ter recebido
ordem para suspender a exportação (saiba mais abaixo o que a fabricante
disse sobre o assunto).
Segundo o Ministério da Defesa, o
material produzido não foi enviado à Venezuela.
Os frequentes protestos nas ruas
contra o governo de Nicolás Maduro têm sido repreendidos pela polícia local e o
governo brasileiro tem divulgado notas condenando a atitude das autoridades
venezuelanas.
Em maio, por exemplo, o Itamaraty
disse que a situação no país está "deteriorada" e criticou o
"uso excessivo da força" contra a população. Em junho, o governo
voltou a condenar a "radicalização política" na Venezuela.
Motivos do embargo
De acordo com o governo
brasileiro, o embargo à exportação das bombas de gás lacrimogêneo tem amparo na
Política Nacional de Exportação de Material de Emprego Militar (PNEMEM),
segundo a qual, informaram os ministérios, está prevista a necessidade de
autorização para a exportação desse tipo de material.
O G1 apurou que, ao decidir pelo embargo, o governo avaliou que
seria incoerente condenar a repressão aos protestos na Venezuela e, ao mesmo
tempo, permitir que uma empresa negociasse com o governo venezuelano a venda
dos produtos.
O que diz a empresa
Procurada pelo G1, a empresa informou não ter
recebido ordem para suspender as vendas. Em nota, a Condor acrescentou, ainda:
"Preocupa-nos as
consequências de uma eventual decisão nesse sentido, uma vez que não restará
alternativa às forças de segurança locais a não ser o uso de armas
letais".
Ainda segundo a empresa, a última
remessa de gás lacrimogêneo à Venezuela ocorreu em 2010. A Condor também
afirmou, por fim, que os contratos que previam o envio dos artefatos ao país
vizinho "foram celebrados à luz da legislação brasileira".
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!