Famílias são
surpreendidas com anúncio do fechamento
da AACD em Nova Iguaçu
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Unidade é única da instituição
em todo o Rio de Janeiro e atende cerca de 230 de crianças e adultos por mês.
Expectativa é que AACD feche as portas no dia 30 de setembro.
Famílias de crianças com
necessidades especiais foram surpreendidas com o anúncio do fechamento da
unidade da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) de Nova
Iguaçu, na Baixada Fluminense. Elas sofrem com a incerteza sobre o futuro do
tratamento das crianças. A entidade, que atende gratuitamente, alega problemas
financeiros.
A unidade é a única da instituição
em todo o Estado do Rio de Janeiro e atende cerca de 230 de crianças e adultos
por mês. A expectativa é que a AACD feche as portas no dia 30 de setembro,
pouco tempo depois de completar 13 anos no RJ.
Marcelo Gabriel, de nove anos, é
tratado na entidade há seis anos. A criança contrariou os prognósticos médicos
pessimistas, que diziam que ele viveria de maneira vegetativa. A medida que o menino
cresce, ele precisa de extensores para as pernas e de cadeiras de rodas do
tamanho dele. Na última consulta médica, Liliane Souza, não do menino, foi
informada que Marcelo não poderia ser tratado ali e teria que procurar
assistência em outro local.
“Estamos acostumados ali, com os
profissionais dali. Todo mundo conhece o meu filho. Todo mundo sabe o que ele
precisa. Falam que vai fechar, que não passa verba, mas ninguém fala o que está
acontecendo. Se fechar, a minha esperança acaba, porque eu não tenho como pagar
fisioterapia para ele”, explicou Liliane.
Karla Rebelo, mãe de Miguel, de
quatro anos, também sofre com a possibilidade de fechamento. O menino também
tem paralisia cerebral e depende da mãe para tudo. “Aqui na AACD, ele teria a
oportunidade de se reabilitar, de chegar a andar”, destacou a mãe.
Gil Alves, que é mãe da Maria
Sophia, que também é tratada no local, lamenta e se emociona ao pensar a filha
pode ficar sem atendimento.
“A gente mata um leão a cada
dia. E em um lugar onde a gente tem um apoio, um carinho e você está vendo que
o seu filho está progredindo. Saber que este lugar vai fechar as portas, se a
gente não tem para onde ir”, explicou a mãe da paciente.
Maria Sophia
depende da AACD de Nopva Iguaçu para
seguir tratamento (Foto: Reprodução/ TV Globo)
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A administradora da AACD, Luciana
Martins Rocha, diz que fez diversas tentativas de negociação com a Prefeitura
de Nova Iguaçu, que ela afirma que não tem feito os repasses à instituição. Ela
conta que as negociações, que ainda não obtiveram êxito, têm como objetivo
municipalizar a unidade.
“A unidade da AACD em Nova Iguaçu,
que atende todos os pacientes da baixada fluminense, em torno de 230 que fazem
terapias semanais, está passando por uma grave crise financeira. Além do
déficit anual de R$ 1 milhão, estamos sem receber os repasses por parte da
prefeitura desde setembro de 2016, o que já somam R$ 2 milhões”, explicou a
administradora.
O prefeito de Nova Iguaçu, Rogério
Lisboa, afirmou que não deve dinheiro à AACD desde o começo do seu mandato, há
seis meses. Ele destacou que os recursos da dívida questionada pela AACD são do
ano passado. Lisboa garantiu que, caso a instituição insista em deixar o
município, o poder municipal vai assumir a responsabilidade de manter o
tratamento de todos os pacientes.
“A gente vai garantir que, se a
AACD continuar no propósito de sair, vamos garantir o tratamento de todos os
pacientes aqui”, explicou o prefeito, que disse que pretende regularizar os
pagamentos atrasados logo feche um acordo para manter a instituição no
município.
Por Bom Dia Rio
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