(Orlando
Brito/VEJA)
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Ex-presidente decidiu que partido
deveria ficar com dois terços da propina paga pela Odebrecht em contratos de
sondas do pré-sal
Os delatores da Odebrecht
revelaram aos investigadores da Operação Lava-Jato que o próprio ex-presidente
Lula discutia com os executivos da empresa os termos da divisão da propina que
deveria ser paga em contratos bilionários de navios-sonda da Sete Brasil.
Segundo o executivo Márcio Faria, quando o consórcio formado por Odebrecht, OAS
e UTC venceu a licitação para fornecer sondas de extração de petróleo na camada
pré-sal, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco procurou as empreiteiras para
exigir que elas realizassem o pagamento de 1% do valor dos contratos firmados
na ocasião.
Depois de receberem o alerta, os
executivos da empreiteira contam que a divisão da propina foi “decidida pelo
partido e pelo ex-presidente Lula”. Na versão dos delatores, um terço dos
valores deveria ficar com fucionários da Petrobras que realizavam as operações
e acobertavam as fraudes nos contratos. Já os dois terços restantes seguiriam
para o PT. Embora o ex-presidente Lula tenha sido consultado sobre os valores
da propina, os delatores revelam que Marcelo Odebrecht vetou o pagamento.
“Marcelo Odebrecht esclareceu que
a negativa de pagamento deveu-se a compreensão de que os valores solicitados
por Antonio Palocci e João Vaccari já estariam no valor global acertado com o
ex-ministro de Estado”, anotou o ministro Edson Fachin, relator da Operação
Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, na decisão em que remeteu as provas e os
depoimentos aos procuradores da Lava-Jato no Paraná. Como não tem mais foro, o
ex-presidente Lula está sendo julgado pelo juiz Sergio Moro, em Curitiba.
Veja.com
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