Delator diz
que pagou R$ 250 mil a Paulo Melo em 2014
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Segundo Leandro Azevedo,
deputado tinha apelido de 'Maria Mole' e recebeu crédito de R$ 250 mil por meio
do operador Álvaro Novis. Deputado diz que doação foi legal e nega propina.
O deputado estadual Paulo Melo
(PMDB) recebeu pelo menos R$ 250 mil da Odebrecht por meio de um doleiro na
campanha à reeleição do RJ em 2014, segundo o delator Leandro Azevedo. No
depoimento gravado em vídeo (veja acima), o ex-executivo diz que o
pedido foi feito pelo parlamentar, que já recebia caixa dois regularmente em
outras eleições.
Leandro Azevedo conta que Paulo
Melo pediu dinheiro para sua campanha quando era presidente da Assembleia
Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
"Pediu diretamente a mim. Ele
havia dito que a empresa já contribuía para ele em outras eleições, que já
tinha uma relação institucional com a empresa", conta no depoimento.
Delator Leandro Andrade Azevedo
conta como pagou caixa dois ao deputado estadual Paulo Melo
O delator, então, pediu aprovação
de seu chefe no "setor de propinas" da Odebrecht, Benedicto Junior,
que liberou o pagamento de R$ 250 mil.
Normalmente, a entrega era feita
pessoalmente, em endereço escolhido pelos políticos, mas desta vez o método foi
diferente.
"Perguntei como é que
poderíamos operacionalizar isso [a entrega do dinheiro], se tinha algum
endereço que ele preferia usar", conta o ex-executivo. "Ele me disse
que não precisava, porque o doleiro da Odebrecht era o mesmo que eles usavam, o
Álvaro Novis."
O delator não sabia da existência
do doleiro, mas diz que concordou com a forma de pagamento.
"Mandei um email para a Maria
Lúcia [Guimarães Tavares, secretária
da Odebrecht que registrava os pedidos de propina], fazendo
essa programação e perguntando para ela se o doleiro Álvaro Novis teria esse
dinheiro", diz. "Ela me confirmou, então, que iria abrir um crédito
junto ao doleiro com o codinome 'Maria Mole', para que fosse usado pelo Paulo
Melo."
Álvaro José Galliez Novis atuava na
Hoya Corretora de Valores e Câmbio e foi preso em janeiro deste ano na Operação Eficiência. Foi citado
por delatores como doleiro responsável por creditar quantias em dinheiro na
conta de Cabral. Ele já havia sido preso apontado como operador financeiro de
outra fase da Lava Jato.
Leandro Azevedo diz no depoimento
que se encontrou outras vezes com Paulo Melo, quando o político era secretário
de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do Rio, no governo de Luiz
Fernando Pezão. Mas garante que não trataram mais de pagamentos.
O delator confirma que esse não
foi o primeiro pagamento ao político. "Quando fui conversar com o
Benedito, ele já tinha dito que nós realmente sempre demos apoio, porque o
Paulo Melo era da base do governo Sérgio Cabral, e que era importante manter
uma relação próxima a ele."
O que diz Paulo Melo?
Em nota, deputado disse:
"Trata-se de doação eleitoral oficial, sem qualquer troca de favor, como o
próprio executivo confirmou no depoimento. Não se pode confundir a doação legal
com propina. Em meus 30 anos como deputado, nunca participei de projetos,
sugeri emendas ou atuei em licitações para favorecer a Odebrecht ou qualquer
outra empreiteira. Lembro, ainda, que, como puxador de votos, o meu partido, o
PMDB, sempre destinou recursos para as minhas campanhas políticas, o que sempre
me livrou de qualquer amarras com empresários ou integrantes da sociedade
civil, que colaboram e ajudam nas eleições".
Por G1 Rio
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