O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega a
na Avenida
Paulista (Miguel SCHINCARIOL/AFP)
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Na Av. Paulista, ex-presidente critica
política de corte de gastos de Temer e afirma que só ‘presidente legítimo’ pode
fazer país voltar a crescer
Em clima de comício eleitoral,
para uma plateia formada por sindicalistas e militantes de movimentos sociais e
de grupos de esquerda, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o
“golpe” (impeachment de Dilma) foi dado para “acabar com as conquistas sociais
do povo” e que só o “povo na rua” e “um presidente legítimo” podem mudar a
situação.
“O golpe foi dado para colocar (no
poder) um cidadão sem nenhuma legitimidade para acabar com as conquistas
sociais do povo. E uma força política no Congresso para enfiar goela abaixo do
povo brasileiro uma reforma que vai impedir a aposentadoria de milhões”,
afirmou. “Somente com o povo na rua e com um presidente legítimo conseguiremos
fazer esse país a crescer”, disse o petista. Para ele, Temer não tem
legitimidade para fazer reformas e que
ele seria apenas “diretor de uma associação comercial”.
O discurso, feito em cima de um
carro de som, foi curto para os padrões de Lula – cerca de 20 minutos. O
ex-presidente chegou por volta das 18h30 à concentração de manifestantes na
altura do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, vestindo
preto. Foi recebido ao som do célebre jingle de outras campanhas “Olê, olê,
olê, olá, Lulá, Lulá”.
Apesar de ser a principal
alternativa do PT para a disputa presidencial – caso não seja condenado em
segunda instância em nenhum dos cinco processos nos quais é réu na Justiça -,
Lula não falou sobre ser candidato a um terceiro mandato presidencial em 2018.
Muitos manifestantes, no entanto, levantavam cartazes pedindo que ele dispute a
eleição.
O ex-presidente criticou duramente
o governo do presidente Michel Temer (PMDB), principalmente com relação à
política de cortar gastos para conter a crise econômica brasileira. “É preciso
parar com essa bobagem de cortar. Quem não sabe governar só sabe vender. Tem
que voltar a ter bancos públicos. BNDES tem que voltar a investir”, afirmou.
Ele afirmou que “problema na
Previdência tem”, mas disse que “não é dinheiro” e que, “para resolver, o país
precisa voltar a crescer, criar empregos”. “O problema não é dinheiro. Eu
queria que o Meirelles (Henrique Meirelles, ministro da Fazenda) e o Temer
estivessem ouvindo”, afirmou.
Manifestantes ocupam a avenida Paulista
durante protesto
contra as
reformas trabalhista e da Previdência propostas
pelo governo
Michel Temer - 15/03/2017 (Miguel SCHINCARIOL)
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O ato, segundo a Central Única dos
Trabalhadores (CUT), uma das organizadoras, reuniu cerca de 200 mil pessoas. A
Polícia Militar não fez estimativa. No final da tarde, o público ocupava seis
quarteirões da Avenida Paulista.
Ocupar o Congresso
Antes de Lula, o coordenador do
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, convocou os
manifestantes a tomarem o Congresso quando a reforma da Previdência começar a
ser votada. “Vamos tomar esse Congresso Nacional. Vamos na base eleitoral de
cada deputado para dizer que, se eles votarem na reforma da Previdência, não
vão ter voto no próximo ano”, disse.
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