Dominicanos
protestam contra a corrupção
neste domingo (19) (Foto: Erika
Santelices/AFP)
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Movimento pede que todos os
envolvidos no caso de corrupção envolvendo a construtora brasileira sejam
submetidos à Justiça.
Cerca de 1.500 pessoas se reuniram
neste domingo (19) no Parque Independência de Santo Domingo para receber a
tocha contra a corrupção que percorreu a República Dominicana durante sete dias
para exigir que os envolvidos nos subornos admitidos pela Odebrecht sejam
submetidos à Justiça.
A iniciativa, promovida pelo
coletivo Marcha Verde, começou na segunda-feira passada, quando distintas
chamas iniciaram o trajeto rumo à capital a partir das cidades de Valverde
(noroeste) Higüey (leste) e Barahona (sudoeste), fazendo um percurso simultâneo
desenvolvido por revezamentos, ao qual foram se somando várias pessoas.
A cada atividade liderada por
membros do movimento ou líderes comunitários se somaram "desde dezenas até
centenas" de pessoas, em função das características das cidades e das
possibilidades de mobilização, explicou à Agência Efe Jhonatan Liriano, um dos
porta-vozes da Marcha Verde.
Desde o início da tarde, os
dominicanos se reuniram no Parque Independência, onde foi realizado um show e
se leu um manifesto com as reivindicações dos organizadores que lideraram a
passeata nas distintas regiões do país.
Desde que foram divulgadas as
primeiras informações do caso Odebrecht, a Marcha Verde organizou várias
mobilizações, entre elas uma grande passeata em repúdio à corrupção e à
impunidade no país no último dia 22 de janeiro.
A Marcha Verde exige a submissão à
Justiça de todos os envolvidos no caso de corrupção envolvendo a construtora
brasileira, a recuperação do dinheiro roubado por meio de subornos e
supervalorização e o cancelamento dos contratos da empresa.
Em dezembro de 2016, o
Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelou documentos nos quais
detalhava supostos subornos no valor de US$ 788 milhões pagos pela empresa
brasileira em 12 países de América Latina e África, entre eles a República
Dominicana, onde a Odebrecht confessou ter pagado US$ 92 milhões.
A construtora brasileira admitiu
ter pagado subornos na República Dominicana entre 2001 e 2014, período que
abrange os governos de Hipólito Mejía (2000-2004), do opositor Partido
Revolucionário Moderno (PRM), assim como os de Leonel Fernández (2004-2008 e
2008-2012) e do atual presidente, Danilo Medina, ambos do Partido da Libertação
Dominicana (PLD).
Desde o início deste ano, a
procuradoria dominicana interrogou vários ex-funcionários e ex-legisladores
sobre este caso, mas até o momento ninguém foi indiciado.
Acordo com o país
A Odebrecht e a procuradoria
dominicana assinaram em janeiro um acordo através do qual a construtora
brasileira se comprometeu a pagar o dobro do que admitiu ter pagado em
subornos.
No entanto, um juiz declarou no
último dia 1º de março inadmissível este procedimento devido ao fato de que no
mesmo a procuradoria apelou à figura da conciliação, uma ação que se utiliza
para dirimir conflitos "entre querelantes e querelados", o que não
procede neste caso, de acordo com a decisão do magistrado, motivo pelo qual o
acordo foi devolvido às partes. EFE
Por Agencia EFE
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